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Três modelos não-populares que lideraram as vendas no Brasil

Sedãs médios, picapes e até um hatch médio importado já conseguiram a façanha de liderar o ranking de emplacamentos - mesmo que por apenas um mês

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 nov 2016, 13h35
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  • Propaganda do Chevrolet Monza alusiva à sua liderança no mercado
    Propaganda do Chevrolet Monza alusiva à sua liderança no mercado (Divulgação/Chevrolet)

    Desde os primeiros passos da indústria automotiva nacional, um modelo de apelo popular já dominava a lista dos modelos mais vendidos do país. Seja por qualidades como o preço relativamente acessível ou robustez do projeto (ou simplesmente por falta de opções mesmo), o Volkswagen Fusca dominou a preferência dos brasileiros de 1960 a 1982.

    De 1983 para cá, outros quatro modelos com versões de entrada se revezaram no topo: Chevrolet Chevette (1983), VW Gol (de 1987 a 2013), Fiat Palio (2014) e Chevrolet Onix (2015), sendo que, neste ano, a GM caminha para o bicampeonato com o Onix.

    Mesmo assim, toda regra tem sua exceção. Veja abaixo três casos emblemáticos de modelos de categorias superiores que conseguiram chegar ao topo dos mais vendidos, quebrando (mesmo que momentaneamente) o domínimo dos carros citados acima.

    Chevrolet Monza (de 1984 a 1986)

    Chevrolet Monza Classic modelo 1986, ano em que o carro foi líder de vendas
    Chevrolet Monza Classic modelo 1986, ano em que o carro foi líder de vendas (Divulgação/Chevrolet)

    O Toyota Corolla é figurinha carimbada entre os 10 modelos mais vendidos, mas imagine se fosse ele o campeão de emplacamentos no Brasil. Foi isso que aconteceu com o Chevrolet Monza nos anos 80.

    Lançado em 1982, o Monza derivava do Opel Ascona, um dos frutos de um projeto global batizado simplesmente de “J”. Inicialmente, o carro foi apresentado apenas na versão hatchback de duas portas – tipo de carroceria desenhada exclusivamente para o Brasil. Em 1983, a GM lançou o sedã nas opções de quatro portas (em maio) e duas portas (em setembro).

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    Além de belos, os modelos traziam opção de ar-condicionado, direção hidráulica e da aguardada transmissão manual de cinco marchas, que reduzia as rotações do motor em 22%, melhorando a economia de combustível e o nível de ruído.

    Aliadas à chegada do motor 1.8 a álcool em março de 1984, essas novidades ajudaram o Monza a atingir o posto mais alto das vendas no mercado brasileiro por três anos consecutivos – de 1984 a 1986. Foi um feito e tanto, já que o Monza não só superou o antigo líder Chevette como também deixou para trás modelos mais populares.

    Apenas em 1987 é que o modelo da GM foi desbancado pelo VW Gol, que dominaria o mercado nacional pelos próximos 27 anos.

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    Fiat Tipo (janeiro de 1995)

    Além de ser considerado um modelo médio, o Tipo era importado quando conquistou a liderança
    Além de ser considerado um modelo médio, o Tipo era importado quando conquistou a liderança (Divulgação/Fiat)

    Poucos carros passaram do sucesso para o ostracismo tão rápido quanto o Fiat Tipo. Lançado no Brasil em 1993, o hatch médio viveu sua melhor fase em 1995. Mesmo importado da Europa, o preço tentador – obtido pela racionalização do transporte marítimo do carro – fez do Tipo um grande sucesso, conseguindo vender 1.785 unidades a mais do que o VW Gol em janeiro daquele ano.

    O popular da Volkswagen reassumiria o trono no mês seguinte (e continuaria no topo por muitos anos), mas a proeza do Tipo fez a concorrência a trazer os europeus Chevrolet Astra e VW Golf para o país. Já a Fiat decidiu nacionalizar o modelo para fugir da repentina alta no imposto de importação. As primeiras unidades nacionais saíram da fábrica de Betim (MG) em 1996.

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    O Tipo se tornou o primeiro carro nacional com airbag para motorista, apenas um dia antes do Chevrolet Vectra. O futuro parecia promissor, mas a marca só não contava com a enxurrada de casos de incêndio em várias unidades. Dois recalls foram realizados para tentar sanar os problemas, mas o estrago já havia sido feito. Apenas 12.570 unidades foram produzidas no país e o Tipo saiu de cena pela porta dos fundos em 1997.

     

    Fiat Strada (março de 2015)

    Fiat Strada é a única picape a liderar o mercado, mesmo que por apenas um mês
    Fiat Strada é a única picape a liderar o mercado, mesmo que por apenas um mês (Divulgação/Fiat)

    O Palio conseguiu um feito histórico em 2015. Ao fechar o ano na liderança de vendas, o modelo encerrou o reinado de 27 anos do VW Gol. Mas uma façanha ainda maior foi conquistada pela Fiat em março de 2015.

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    Naquele mês, a picape Strada emplacou 9.946 unidades, superando Chevrolet Onix (9,548 emplacamentos) e Fiat Palio (9.232 veículos vendidos), que voltaria ao primeiro lugar no mês seguinte. A liderança do ano, no entanto, mudaria de mãos novamente: o Onix acabou sendo o mais vendido no acumulado de 2015.

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