A Toyota quer acabar com a justificativa de que carros em cores específicas vendem menos e com a ansiedade de quem troca de carro para ter a cor da moda. É o que promete um novo registro feito pela marca: tintas tecnológicas que podem mudar em poucos instantes a cor da carroceria de veículos. A BMW já havia apresentado algo do tipo, mas envolvendo painéis eletrônicos.
O pedido de patente foi publicado pelo Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO), no último dia 19 de março de 2024. Porém, a tecnologia já havia sido apresentada em 2022. A Toyota diz identificar várias possibilidades de aplicação para a novidade.
Com a tecnologia, os proprietários que enjoarem da cor dos seus carros ou desejarem acompanhar as tendências poderão mudar a cor de seus carros para acompanhar as tendências ou simplesmente para quem quer uma mudança de visual, enquanto os revendedores podem utilizar essa capacidade para facilitar a venda dos carros.
A inovação da Toyota está na formulação de uma tinta que pode alterar suas tonalidades em resposta ao calor e à luz, eliminando a necessidade de repinturas complexas ou envelopamentos, que podem prejudicar a originalidade do carro.
No processo descrito no pedido de patente, o carro é conduzido até uma garagem, como uma espécie de túnel, com elementos de aquecimento que o envolvem por todos os lados. Conforme a superfície é aquecida, um dispositivo apelidado de “modulador de cor”, equipado com luzes, é passado sobre ela para completar a transformação e efetuar a mudança de cores.
Os relatórios sugerem que o modulador de cores poderá ser controlado por um operador humano ou até mesmo por um robô, que poderia desempenhar um papel crucial no processo, comunicando-se com um servidor remoto e, por consequência, com sensores de temperatura embutidos na carroceria do veículo para determinar as configurações corretas para a cor desejada.
A Toyota reconhece que não é a primeira montadora a explorar tintas que mudam de cor, fazendo referência à demonstração semelhante da BMW na CES 2022, com seu SUV elétrico iX. Porém, a abordagem da Toyota parece ser diferente da montadora alemã.
Enquanto a BMW utilizava uma tecnologia baseada em eletroforese, com microcápsulas suspensas em um invólucro externo, a Toyota não adota esse método externo. A viabilidade de produção em massa dessa tecnologia ainda é uma incógnita, mas sua abordagem diferenciada pode sinalizar um caminho promissor para aplicação.