Não há estrada brasileira que comporte a velocidade máxima dele. Atingi-la, por si só, é um baita desafio, ainda que leve poucos segundos para tal. Mesmo assim, brasileiros que buscam domar a insana aceleração do Tesla Model S Plaid não precisam mais sair do país para comprá-lo.
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Isso porque o novo sedã elétrico já está à venda pela loja Direct Imports, especializada na importação de veículos exóticos e, principalmente, de muito luxo e desempenho. O processo de compra é feito sob medida e com a mesma liberdade de personalização de um cliente americano e o veículo é entregue com toda a burocracia resolvida.
No caso do Model S, totalmente elétrico como é praxe da marca, são duas versões oferecidas: Long Range, com foco em autonomia, e Plaid, que cumpriu com honras a promessa de se tornar, oficialmente, o carro mais rápido do mundo.
Sem jeito de Bugatti ou Koenigsegg, o EV registrou idas de 0 a 97 km/h em 1,99s (medição da Tesla) e 1,98s (aferição independente). Foi assim, orgulhoso de não queimar uma gota sequer de petróleo, que o Tesla desbancou o Porsche 918 Spyder do cobiçado posto de recordista de aceleração.
São números tão extremos que um piloto de 80 kg sentiria cerca de 135 kg de “pressão” aplicados no seu corpo durante a arrancada. Se ainda não tem noção do que isso significa, há vídeos que ajudam a contextualizar:
A velocidade máxima não é recorde mas, convenhamos, 320 km/h também não é pouco. De fato, quase três vezes o limite máximo das rodovias brasileiras. Obviamente só é possível atingi-la em situações controladas, com pneus e rodas especiais. O aerofólio ativo que surge na traseira para melhorar o equilíbrio já vem instalado.
Para lidar com tanta potência – 1034 cv, oficialmente – o Model S Plaid utiliza três motores com redline de aproximadamente 23.300 rpm. A força centrífuga é tão grande que os rotores do carro são envoltos em carbono, a fim de não se romperem. As baterias também foram aperfeiçoadas e a transferência de energia é feita com impecável refrigeração e controle térmico.
É claro que o modelo sabe “viver em sociedade”, e o desempenho esportivo só é obtido no modo esportivo Ludicrous. Em condições normais, o foco muda para a eficiência e, graças ao melhor coeficiente aerodinâmico entre todos os carros de série, é possível sair de São Paulo, ir a Ribeirão Preto e voltar sem paradas.
Se necessário, carregá-lo é cada vez mais fácil, dado que o Model S é compatível com a crescente rede de eletropostos do Brasil. Mas, mais fácil ainda é dirigi-lo, ou deixar que ele dirija sozinho, através do Autopilot.
O piloto automático da Tesla segue em atualização constante e, para aproveitá-las, as unidades do Model S vêm de fábrica com 12 sensores ultrassônicos que permitem consciência 360º do ambiente num raio de 250 metros.
Quando a “inteligência” plena for liberada – em upgrade parecido com instalar um app de celular – o carro saberá trocar de faixas, obedecer dinamicamente a placas e semáforos e, provavelmente, dirigir pela cidade.
Uma das capacidades mais legais, entretanto, já é oferecida na venda da Direct Imports: trata-se do Summon, que guia o sedã, autonomamente, da vaga de estacionamento ao proprietário, que dá a ordem via smartphone ou chave. Em breve o Tesla imitará até a perícia de valetes experientes, promete a montadora ao falar da versão Smart do “manobrista virtual”.
O Summon, na verdade, acaba sendo mais do que mordomia, dado que balizar um carro com manche no lugar do volante vem sendo umas das principais críticas dos compradores. O modelo, entretanto, se redime com conforto e ergonomia refinados pelo acabamento em madeira, central multimídia Full HD de 17’’ e até display auxiliar na segunda fileira.
O sistema de entretenimento é tão potente que se equipara aos consoles mais novos do mercado. Elon Musk jamais recusaria a oportunidade publicitária e tratou de habilitar o modelo aos mais exigentes jogos do momento, como Cyberpunk 2077 e The Witcher III, jogáveis pela central.
E o preço?
Brincadeira de adulto custa bem caro e, no caso do Model S, a cifra parte dos R$ 700.000 na versão Long Range até chegar aos R$ 1.099.000, da versão Plaid. O público-alvo, claro, é exclusivo em termos financeiros, mas varia de jovens de 25 a adultos de 55 anos; todos interessados por um dos símbolos da eletrificação automotiva e, claro, recordista de arrancadas.
Os altos preços, porém, podem deturpar nossa referência, fazendo com que veículos milionários circulando por aí pareçam mais raros do que realmente são. O Model Plaid S custa menos, por exemplo, do que o do ônibus rodoviário Marcopolo Paradiso 1800 DD, onipresente nas estradas do Brasil e cotado a mais de R$ 1,2 milhão.
De acordo com o CEO Daniel Valerio, a Direct Imports espera vender cerca de 13 unidades até o final do ano que vem. Para atrair aqueles receosos de importações independentes, a empresa oferece dois anos de garantia contra danos nas baterias de fartos 100 kWh e corrosão da carroceria, extremamente reforçada.
A configuração do exemplar é feita com base no próprio site da Tesla e, depois de duas a oito semanas, o bólido já está pronto para embarcar rumo ao Sul. Da travessia à entrega do Model S são mais 35 dias, no máximo.
À altura de um recordista, a loja preparou um portal dedicado aos interessados na transação. Nele é possível obter informações e garantir um exemplar do modelo histórico na garagem.
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