Renault Sandero RS chegará por R$ 58.880
Com custo-benefício interessante, ele pode sacudir o segmento
Foi durante o Salão de Buenos Aires, há dois meses, que a Renault confirmou a chegada do Sandero RS ao mercado brasileiro. Agora, a marca francesa informou o preço sugerido do hot-hatch por aqui: R$ 58.880. O único opcional será o jogo de rodas de 17 polegadas (pneus 205/45), saindo por R$ 1.000. A chegada do modelo às lojas está prevista para a primeira quinzena de setembro.
O valor não chega a ser tão discrepante na comparação com as demais versões do Sandero vendidas no Brasil, especialmente se analisarmos o que cada uma delas oferece. Repare: o RS é equipado com motor 2.0 naturalmente aspirado de 150 cavalos de potência, conectado a uma transmissão manual de seis marchas. Rigorosamente nada a ver com o 1.6 8V de 106 cv, utilizado nas principais versões do Sandero convencional e do aventureiro Stepway (R$ 52.300 iniciais).
Pode parecer óbvio, mas essa é uma das características que faz do Sandero RS um hatch apimentado de verdade, e não de aparência. É diferente, por exemplo, do Ford New Fiesta Sport, que conta com algumas modificações estéticas, mas mantém o mesmo conjunto mecânico das versões convencionais 1.6 SE e Titanium e cobra mais caro por isso (nada menos do que R$ 60.190). O mesmo se aplica ao Volkswagen Fox Pepper, que é um pouco mais em conta (R$ 54.120 iniciais), mas tem o motor mais fraco (1.6 de 120 cv) e longa lista de opcionais, que pode encarecer muito o valor final.
Falando em preço alto, este é um fator que coloca o Sandero RS anos-luz à frente de outro rival do segmento, o Suzuki Swift Sport. Tudo bem que, nesse caso, o termo hot-hatch é mais adequado, já que o modelo da marca japonesa traz bloco 1.6 aspirado de 142 cv e boa relação peso/potência (7,5 kg/cv). Ocorre que o preço inicial do Swift Sport é de R$ 76.490, podendo chegar a R$ 83.990 na versão. Salgado.
Provavelmente, o melhor parâmetro de comparação com o RS é o Fiat Punto T-JET, cuja linha 2016 foi lançada em março por R$ 65.900 iniciais. O carro da marca italiana até tem um motor mais potente, o 1.4 turbo de 152 cv, mas fica um pouco atrás em termos de segurança (não tem controle de estabilidade) e conveniência (sistema multimídia Uconnect disponível apenas como item opcional).
Além de potência, o apimentado da montadora francesa tem itens interessantes para quem quer ter uma condução mais esportiva, como o controle eletrônico de estabilidade (ESP), suspensão com acerto diferenciado, freios a disco nas quatro rodas e direção eletrohidráulica progressiva (mais leve em velocidades baixas, mais firme em velocidades altas).
Por outro lado, é importante lembrar: ainda se trata de um Sandero. Não estamos falando de um carro de luxo com uma versão de performance, mas de um compacto popular com uma configuração voltada ao desempenho. Então, já que a proposta do RS é priorizar a dirigibilidade, acabamento e conforto não devem ser tratados como seus chamarizes.