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Por que preço dos carros vendidos no Brasil aumentou 85% em 5 anos?

De acordo com estudo da Jato, o preço médio dos carros vendidos no Brasil em 2022 supera os R$ 130.000

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
30 jan 2023, 21h16

Carro no Brasil nunca foi barato, mas já foi menos caro. Levantamento da consultoria Jato aponta que o preço médio dos carros novos vendido no Brasil em 2022 foi de R$ 130.851. É como se todos os 1.576.960 de automóveis emplacados no ano passado tivessem sido um Fiat Pulse Impetus com pintura metálica (R$ 129.980). Isso representa um aumento de 85% em 5 anos e não passa despercebido.

Em 2017, o preço médio dos preços dos carros novos era de R$ 70.877. Houve um aumento de 4,8% para 2018 (R$ 74.313) e de mais 2,8% em 2019 (R$ 76.430). Aí veio a pandemia da Covid-19 e tudo começou a dar errado.

O aumento no preço médio dos carros acumulado de 2020 a 2022 foi de 51,5%. O gráfico abaixo, da Jato, revela o momento exato que os preços começaram a sair do normal: entre maio e junho de 2020, justamente quando a venda de carros novos despencou por conta do isolamento social.

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Aumento de preços contra emplacamentos
(Jato/Reprodução)

Mas o aumento de preços constante começou, de fato, em dezembro de 2020. É justamente o momento em que a falta de matérias-primas e semicondutores começou a impactar na cadeia produtiva global.

Fabricação do Corolla Cross na fábrica da Toyota em Sorocaba (SP)
Fábricas paradas foi uma constante em 2020 e 2021 (Divulgação/Toyota)

 

A empresa coloca essa instabilidade no fornecimento de insumos para as fábricas como primeiro causador do aumento dos preços dos carros novos, forçado pela tolerância zero para a Covid na China, pela paralização nos seus portos e a consequente falta de semicondutores.

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A alta no preço dos fretes internacionais (que ainda é um grande problema) e a instabilidade do dólar também são apontados como causadores. Só depois vêm questões que envolvem o desenvolvimento tecnológico, como as mudanças nos automóveis para se enquadrar no Proconve-L7 e para cumprir novas exigências de segurança e a pressão inflacionária.

CHINA-ECONOMY-FTZ-DEVELOPMENT(CN)
O porto chinês de Ningbo, que é o terceiro maior do mundo, foi fechado em razão da ocorrência de um caso de Covid-19 (Divulgação/Quatro Rodas)

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem impacto indireto, por conta do aumento do preço dos combustíveis., e o principal modal de transporte no Brasil é rodoviário, e pelos dois países serem grandes produtores de matéria-prima para semicondutores: paládio e gás neon.

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E quem pensa que essas questões estão controladas se engana. De 2021 para 2022 essa média no preço dos carros novos aumentou 16,9%, de R$ 111.938 para os R$ 130.851.

Preço do carro mais barato vs. salário mínimo

O relatório da Jato também confronta o histórico de preços dos carros mais baratos de cada ano com o salário mínimo da época, desde 2000. Neste ano, por sinal, era preciso 92,42 salários de R$ 136 para comprar o Fiat Uno EX 1.0 a álcool, tabelado em R$ 12.569 à época.

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Fiat Uno Mille
Fiat Uno Mille era o carro mais barato em 2000, mas não era acessível (Divulgação/Fiat)

Nesta conta, o melhor momento foi justamente 2017, quando 27,98 salários de R$ 954 compravam o carro mais barato. Tudo bem, este carro mais barato era um Chery QQ de R$ 26.690.

Ainda assim, na virada de 2020 para 2021 o Fiat Mobi Easy de R$ 38.990 representava 35,45 salários de R$ 1.100. Esse valor escalou para 54,94 salários na última virada de ano: salário de R$ 1.212 contra o Renault Kwid Zen de R$ 65.590.

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Fiat Mobi Easy
Fiat Mobi Easy (Acervo/Quatro Rodas)

É importante considerar, também, que essa inflação no preço dos carros novos espanta compradores dos carros mais baratos. Quem pode e tem crédito para comprar um carro novo escolhe carros mais caros.

Um dado ilustra isso muito bem: se lá em 2017 os carros compactos representavam 51,5% dos carros novos e os SUVs eram 18,6% das vendas, em 2023 a participação deles praticamente empatou com 35,1% de compactos e 34,4% de SUVs. E SUVs quase sempre custam mais caro.

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