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O mecânico especialista em restaurar caminhões militares

Fascinado pela história das Forças Armadas, Marcio Ferreira repara caminhões militares e os coloca para rodar o Brasil

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jan 2024, 20h05 - Publicado em 16 abr 2018, 19h03
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  • Caminhões militares
    Os preferidos: Mercedes 1977 e o Jeep Kaiser M35A12 1969 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    O mecânico paulista Marcio Ferreira, 52 anos, não quer saber de vida mansa. O negócio dele é dirigir caminhão. De preferência aqueles rústicos dos anos 70, sem ar-condicionado nem direção hidráulica.

    E isso nem é o pior: ele já chegou a percorrer 5.000 km ao volante de um desses brutamontes e conseguiu a façanha de trazer um modelo russo sem freios de Goiás até São Paulo. “Tive que ir bem devagar, só usando o freio motor e o freio de mão”, relembra Marcio.

    Caminhões militares
    O russo Ural 1979 6×6 sendo preparado para viagem de 12.000 km à Amazônia (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Atualmente, ele tem sete caminhões militares e três jipes. “Faz 30 anos que tenho essa paixão. Meu pai era soldado e sempre adorei esse tipo de veículo. Juntei minha fascinação pelas Forças Armadas com meu encantamento por motores e pesados.”

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    Ele acabou de comprar um russo Ural 1979 6×6, que está na sua lista de preferidos ao lado de um caminhão americano Studebaker US6 1942.

    “É um dos modelos mais raros que tenho. É por isso que sua restauração já está demorando mais de oito anos.” Entre os outros queridinhos também estão o americano Jeep Kaiser 1969 e o nacional Mercedes 1519 1977.

    Caminhões militares
    Marcio repara um motor de 6 cilindros de 400 cv de um guindaste militar para 5 toneladas (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    Por falar de restauração, ele gosta de dizer que faz questão de colocar a mão na massa na sua oficina. E, quando não encontra a peça original, ele mesmo fabrica o que precisa.

    Além do prazer de ver esses caminhões antigos ganharem vida, Marcio adora dirigi-los em passeios com um grupo de amigos. Como todos compartilham a mesma paixão, decidiram criar a equipe Adventure Truck Brasil.

    Caminhões militares
    O tcheco Tatra que correu o Rali Paris-Dakar 2007 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    Ao lado deles, Marcio já fez diversas viagens em comboio, cujo recorde foi com 25 caminhões. “É maravilhoso ver todos aqueles pesados 6×6 passando pelos obstáculos da trilha”, diz.

    Sua próxima expedição será a maior: 12.000 km na Transamazônica. “O desafio é grande, mas estamos a bordo de modelos aptos a ir à guerra. Nada pode ser mais desafiador do que isso”, diz o mecânico.

    Dos dez veículos, só ele e outros dois vão rodando de São Paulo até o destino final. “O resto do grupo vai de avião e encontrará seus caminhões lá, no início da trilha. Mas eu prefiro enfrentar a viagem no lugar que mais gosto de estar: na boleia dos nossos militares de estimação”, brinca Ferreira.

    Caminhões militares
    Quando não encontra as peças de reposição, ele recorre ao seu torno mecânico para construir um a partir do zero (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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