Como tudo que envolve a posse de um carro no Brasil o preço do seguro aumentou cerca 32% em 2023. Se esse reajuste não teve impacto na demanda pela contratação no começo do ano, em abril houve queda expressiva de 22,1%.
A queda no interesse por seguros foi medido pelo Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS), que mede, mensalmente, o comportamento e o volume das consultas online.
Na análise individual dos Estados que fazem parte do Índice, todos tiveram queda na comparação com o último mês de março.
O ranking ficou assim: São Paulo (-26,45%), Rio de Janeiro (-22,61%), Minas Gerais (-20,21%), Rio Grande do Sul (-17,82%) e Paraná (-14,89%). Na comparação anual entre abril de 2022 e 2023, o único estado que registrou crescimento da demanda foi o Rio Grande do Sul (7,79%).
“O bom momento vivido entre janeiro e março elevou o patamar deste mercado, tornando qualquer recuo estatisticamente mais significativo. Vale lembrar que, por conta do aumento dos preços dos veículos novos e usados, o valor das apólices também registrou alta”, afirma Daniel Gusson, head comercial de Seguros da Neurotech.
O executivo destaca ainda que a queda do indicador está relacionada à redução das vendas dos novos veículos. Segundo dados da Fenabrave, em abril foram emplacados 118.127 automóveis, um recuo de 19,18% em relação a março, quando o número somou 146.165.
O INDS é medido através do volume de consultas, ou seja, o impacto para as seguradoras pode ser até mais brando em relação ao que a queda no interesse revela.
Nem todas as milhões de consultas mensais registradas se transformam em apólices contratadas, pois o processo depende de fatores como o perfil da pessoa que está fazendo a solicitação, o apetite ao risco da seguradora e se há ou não indícios de fraude.
Seguro popular?
Desde setembro de 2021, um pacote de flexibilização de regras, criado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), possibilita às companhias lançarem produtos com promessa de apólices mais baratas.
Entre as novidades, cobertura apenas de parte da carroceria, valor referência de indenização do carro mais baixo, uso de peças usadas e rede de oficinas “fechada” pela seguradora.
Por esta razão, no caso de seguros com base nas novas regras, o cliente deve estar ainda mais atento antes de assinar o contrato. Observar bem os pontos que falam a respeito de cobertura da carroceria e a terceiros, valor de referência do bem e que tipos de sinistros estão incluídos na apólice se tornarão ainda mais imprescindíveis.
Além disso, recorrer ao corretor para sanar todas as dúvidas é a recomendação de todas as esferas do mercado. Ele é a pessoa que pode orientar o cliente a escolher a melhor proteção entre as diversas possibilidades, segundo a Fenacor, Federação Nacional dos Corretores de Seguro.