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Omoda e Jaecoo querem fábrica da Caoa e podem ter outros nomes no Brasil

Com estreia confirmada no Brasil para 2024, novas marcas da Chery ainda alinham suas estratégias e decidem até mesmo os próprios nomes

Por Guilherme Fontana, de Wuhu (China)
Atualizado em 19 out 2023, 20h08 - Publicado em 18 out 2023, 09h56
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Jaecoo J7 (Jaecoo/Divulgação)
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Omoda e Jaecoo, as novas marcas do Grupo Chery, estão quase prontas para a estreia no Brasil, em 2024. Antes disso, alguns detalhes seguem sendo ajustados, como posicionamento, fábrica e até seus nomes.

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Estas questões foram abordadas em entrevistas exclusivas a jornalistas brasileiros durante um evento global da Chery em Wuhu, na China, no qual QUATRO RODAS está presente.

Os executivos das marcas, que terão operação conjunta e independente da CAOA, não escondem que há um grande desejo por uma fábrica no Brasil. A questão, porém, é a relação estremecida com a CAOA, que estaria colocando barreiras para o uso da fábrica de Jacareí (SP) pela Chery Internacional, segundo Mr. Shawn, presidente global de Omoda e Jaecoo. A fábrica está parada desde maio de 2022 e, pela sociedade, é metade da Chery e metade da Caoa.

Omoda E5
Omoda E5 (omoda/Divulgação)

Assim, segundo Mr. Shawn, caso a Chery não chegue a um acordo com o grupo brasileiro, construirá uma nova fábrica. Ainda é cedo, porém, para dizer onde seria a nova unidade. Mr, Zhang, presidente global do Grupo Chery, disse ainda que esta fábrica terá potencial para exportação a outros países.

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Também não se sabe ainda se uma decisão sobre o assunto será tomada antes da estreia das marcas no Brasil, confirmada para 2024. A Omoda chegará primeiro com o SUV com motor a combustão C5, que chegou a ser testado pela CAOA no Brasil – assunto que rende risos engasgados da equipe chinesa da Chery Internacional.

Omoda E5
Omoda E5 (Omoda/Divulgação)

A Jaecoo chegará depois (mas ainda em 2024) para dividir os espaços físicos. As marcas operarão em conjunto não apenas como empresa, mas também a rede de concessionária. Ambas dividirão showroom, com diferenciações de layout para cada uma. Segundo Alex Wang, diretor de Omoda e Jaecoo no Brasil, a expectativa é de que as marcas estreiem com 40 lojas abertas em 2024. Ele também aponta que já estão em processo de conversa com concessionários brasileiros, que demonstram interesse.

Omoda C5
Omoda C5 (Omoda/Divulgação)
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Um ponto sensível para as marcas será algumas nomenclaturas, a começar pela menos problemática, a do Omoda C5, cujo nome remete ao Citroën C5 e que pode até gerar uma disputa com a francesa no Brasil. Sobre este, o time das marcas disse que é uma mudança fácil de ser realizada e que sempre acontece para diversos mercados. Assim, é provável que ele passe a se chamar apenas 5 – ainda não é uma solução ao gosto do brasileiro.

Omoda C5
Omoda C5 (Omoda/Divulgação)

Já a Jaecoo, cuja pronúncia é “djeicú”, já gera comentários dos brasileiros, conforme QUATRO RODAS notou nas publicações sobre a marca. Quando questionados sobre uma possível mudança para o Brasil, os executivos mostraram-se preocupados. Eles não sabiam sobre o problema da pronúncia da última sílaba de Jaecoo no Brasil e disseram que vão realizar novas pesquisas para uma possível alteração em nosso mercado.

Omoda C5
Omoda C5 (Omoda/Divulgação)
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Segundo Mr. Shawn e Mr. Zhang, é uma mudança difícil, mas possível, já que isso acontece com a Chery em outros mercados. No México, a marca adota o nome Chirey. Neste caso, a alteração foi feita por uma impossibilidade jurídica do uso do nome Chery, já comprado por outra empresa.

Sobre o posicionamento das marcas, que só terão SUVs, os executivos dão algumas dicas e evitam citar suas maiores concorrentes, BYD e GWM. O Omoda C5, por exemplo, chegará como um concorrente de Toyota Corolla Cross e Jeep Compass, embora seja menor.

Jaecoo J7
Jaecoo J7 (Jaecoo/Divulgação)
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Por outro lado, a marca estuda lançar o Omoda E5, versão elétrica do SUV, por aproximadamente R$ 200.000, o que invalidaria a concorrência da versão a combustão com SUVs médios, que já ocupam esta faixa. Assim, é possível que o modelo a gasolina tenha preços mais próximos dos SUVs compactos – o que faria mais sentido.

Já a Jaecoo ficará acima, como um segundo estágio após a Omoda. Neste caso, a marca havia dito que o primeiro a chegar seria o J7 a combustão, seguido do híbrido. Parece, porém, que a decisão mudou: agora, o que se diz é que a Jaecoo terá apenas modelos eletrificados.

Jaecoo J7
Jaecoo J7 (Jaecoo/Divulgação)

A Chery acredita ainda que, juntas, Omoda e Jaecoo ocuparão alguma posição entre as dez marcas mais vendidas no Brasil, passando a Caoa Chery. Esse plano inclui promessas como a venda de modelos a combustão, híbridos e elétricos, com alta tecnologia, garantia de peças e de pós-vendas.

A existência de modelos puramente a combustão, por exemplo, é um diferencial na visão da marca frente às demais chinesas. Segundo o presidente global do grupo Chery, não há como falar em uma eletrificação total a nível global, já que alguns mercados ainda pedem e precisam de carros a combustão, como é o caso do Brasil, por questões econômicas e de infraestrutura. Por aqui, a propósito, os modelos poderão ter motor flex.

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