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O perigo dos carros que rodam com painéis acesos e faróis apagados

Se o painel de seu carro tem acendimento automático, cuidado: você pode estar circulando sem querer com as luzes desligadas

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 8 mar 2019, 07h00 - Publicado em 8 mar 2019, 07h00
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  • Cena comum no trânsito à noite: painéis iluminados e faróis apagados (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Feito para aumentar a segurança, o acendimento automático do painel pode ter efeito contrário se usado sem a devida atenção.

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    A razão disso é que a iluminação dos instrumentos pode causar a falsa impressão de que os faróis também estão acesos, induzindo o motorista a circular com as luzes apagadas, deixando-o menos visível aos outros veículos.

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    Segundo um estudo do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), esse tipo de confusão é comum e ocorre não só à noite mas também em condições climáticas que exigem o uso de faróis, como chuva e neblina.

    A empresária Catlin Carvalho, moradora de São Caetano do Sul (SP), diz que já aconteceu com ela, que tem um Jeep Renegade, e também com o marido, Paulo, e a filha, Piera, e que frequentemente encontra pelas ruas outros motoristas nessa situação. “A gente vê vários carros à noite com os faróis desligados e o painel acesso”, conta.

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    Circular com os faróis apagados aumenta o risco de acidentes porque esses dispositivos têm a função de iluminar ruas e estradas e também de chamar a atenção tanto dos outros motoristas quanto de pedestres, ciclistas e motociclistas.

    É por isso que diversos países tornaram obrigatório o uso dos faróis acesos em tempo integral, em qualquer tipo de via e a toda hora do dia ou da noite. No Brasil, a lei determina o uso contínuo apenas nas estradas.

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    No painel luminoso do Onix, uma luz-espia avisa o motorista que os faróis foram ligados (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Nos modelos que não têm acendimento automático, nos quais o painel fica iluminado somente quando os faróis são ligados, a possibilidade de circular apagado é pequena porque o motorista sente a necessidade da iluminação interna.

    Mas esse tipo de condição é cada vez mais raro. Atualmente, além do quadro analógico iluminado, é comum os novos modelos trazerem telas digitais associadas aos instrumentos ou até painéis inteiramente digitais.

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    Há carros que acendem o painel assim que o motorista coloca a chave no contato, enquanto em outros é necessário girar a chave até o primeiro estágio ou ainda dar a partida no motor.

    Alguns, como o Chevrolet Onix, têm uma luz-espia indicando que os faróis estão ligados.

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    Caitlin: “Também aconteceu comigo” (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Outros, como o Honda Civic, acende apenas o gabinete de instrumentos, deixando para iluminar as outras áreas do painel somente quando os faróis são acionados.

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    Os VW Polo e Virtus, quando equipados com painel digital, exibem uma mensagem de alerta para a necessidade de acender os faróis. Esses lembretes, porém, são incomuns no mar de ofertas do mercado.

    Quando o carro possui também acendimento automático dos faróis, a situação é menos crítica, porque o recurso funciona como salvaguarda para o motorista desatento.

    Nesses modelos há sensores (chamados crepusculares) que identificam a baixa luminosidade e avisam à central eletrônica, que aciona os faróis.

    Com os faróis desligados, somente a parte central do quadro de instrumentos do Civic fica iluminada (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Mas esse sistema tem limitações porque, para funcionar, o acendimento automático precisa estar acionado – há usuários que, por hábito ou porque vão entregar o carro a um manobrista, desligam os faróis.

    E mesmo quando esse recurso está ativo, os faróis podem induzir a erros. Se o motorista inicia a viagem em garagem fechada, os faróis desligam ao sair à luz do dia.

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    Nos modelos mais caros, há também luzes auxiliares: de posição (que ajudam muito pouco) e diurnas (chamadas de DRLs, de Day Running Light).

    As DRLs têm maior intensidade e conseguem chamar a atenção, mas são utilizadas só na dianteira dos carros. A traseira segue apagada.

    As luzes DRL (acima) iluminam apenas a dianteira do carro, (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O problema de segurança não está necessariamente nos dispositivos. Os painéis com acendimento automático reúnem mais informações e exibidas de forma mais clara do que nos mostradores convencionais.

    A questão é o uso que se faz desses equipamentos.

    Para o diretor-presidente do ONSV, José Aurélio Ramalho, ajudaria bastante se os motoristas fossem orientados sobre a melhor forma de utilização do equipamento, na hora da compra do carro.

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    As luzes de posição são discretas demais (Arquivo/Quatro Rodas)

    De acordo com os estudos do ONSV, os vendedores de automóveis costumam oferecer o acendimento automático do painel dando destaque ao conforto que o equipamento proporciona, mas seria mais importante apresentá-lo como um item de segurança.

    O instrutor de direção defensiva Roberto Manzini explica que ensina seus alunos a conferirem como funcionam os faróis dos carros e verificarem sempre se eles estão ligados, antes de partir. “Principalmente quando é um carro que eles não conhecem”, afirma.

    Como diz o ditado: o seguro morreu de velho.

    Raio X do mercado

    Analisamos os painéis e os faróis dos 30 modelos mais vendidos do Brasil e constatamos o pior: na maioria (grupo do quadro vermelho) apenas o painel se ilumina automaticamente, enquanto os faróis permanecem apagados.

    Carros com acendimento automático só do painel

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    Carros com acendimento automático de painel e de faróis

    Carros sem acendimento automático do painel

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