Às vezes, as fábricas traçam estratégias que parecem ilógicas. A oferta do motor 1.0 EcoBoost de 125 cv no Ford Fiesta foi uma ocasião dessas. Na época, parecia melhor instalar o motor no EcoSport, o SUV que tem recebido ataques de tudo quanto é lado da concorrência.
Agora, porém, a estratégia da Ford começa a fazer sentido. O EcoBoost é um passo para a renovação do Fiesta. O modelo que está na sexta geração deve chegar à sétima no início de 2017 na Europa e no segundo semestre no Brasil. Isto é, se a Ford mantiver a prioridade no nosso mercado.
LEIA MAIS:
>> Teste: Ford Fiesta 1.0 EcoBoost, o preço da modernidade
>> EcoSport terá visual e interior renovados e motor de três cilindros
Como tem uma linha globalizada, a montadora costuma fazer rodízio de lançamentos entre os países. Geralmente o Brasil é o primeiro a receber o EcoSport (porque seu projeto é capitaneado pela engenharia local) e o Fiesta (pela importância que os hatchs compactos têm em nosso mercado), diferentemente do que acontece com outros modelos como o Focus e a Ranger.
Antes da chegada da nova geração no Brasil, o Fiesta deve ter sua linha de motores renovada. Além do EcoBoost 1.0, virá o 1.5 Dragon, que aposenta de vez a atual família Sigma. Mais atual, o Dragon terá três cilindros, injeção direta, variador de fase na admissão e no escape e cerca de 130 cavalos, potência semelhante à dos 1.6 Sigma atuais, mas provavelmente com menor consumo e melhor distribuição de torque
A dobradinha formada pelo 1.5 Dragon (aspirado) e o 1.0 EcoBoost (turbo) deverá aposentar gradualmente os 1.5 e 1.6 de Ka, Fiesta, Focus e EcoSport.
Para a Ford é vantajoso proceder assim porque, além de ganhar pontos no programa do governo Inovar-Auto com a apresentação de novas tecnologias, ela vai parcelar o trabalho de desenvolvimento.
O novo Fiesta, que está rodando em testes na Europa, terá a mesma plataforma (B) do atual. Enquanto esperamos as novidades, fizemos duas projeções da futura geração. À primeira vista, a impressão é de que haverá apenas uma tímida mudança em relação ao modelo atual. Mas o Fiesta vai evoluir bastante.
Uma das motivações para isso é o desejo da fábrica de distanciá-lo do Ka, modelo que usa a mesma plataforma, mas tem posicionamento inferior. Por conta do Ka, o Fiesta deve ficar mais sofisticado e maior (crescendo na largura, principalmente), para o aumento do espaço interno.
Um olhar mais atento às projeções revela que, na dianteira, o capô foi rebaixado e a grade ficou maior. Os faróis ficaram mais afilados e horizontais, assim como as lanternas traseiras. Elas trocam a forma triangular pela retangular, invadindo a tampa do porta-malas.
Por dentro, ele deve finalmente aposentar a obsoleta central multimídia atual, com profusão de teclas e uma pequena tela monocromática, em favor da nova central Sync 3.
Agora que a estratégia da Ford ficou clara, só nos cabe aguardar pelas novidades.