Depois de anunciar três novos modelos para a Renault no Brasil (Kwid, Captur e Koleos), Carlos Ghosn, CEO da Renault-Nissan apresentou hoje no Rio de Janeiro duas novidades mundiais em mobilidade criadas pela parte japonesa da aliança. Além de uma versão funcional e mais realista do conceito BladeGlider, mostrado pela primeira vez no Salão de Tóquio de 2013, foi exibido o primeiro protótipo de veículo movido por eletricidade gerada pela reação de etanol com água.
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Quem faz a reação é a célula de combustível e-Bio, que pode reagir oxigênio com diversos combustíveis para gerar eletricidade. No caso do protótipo e-NV200, que será utilizada em teste de campo no Brasil, o combustível usado na reação de eletrólise pode ser o etanol puro ou hidratado com até 55% de água.
A eletricidade gerada pela célula de combustível é armazenada em uma bateria de 24 kWh. Um tanque de 30 litros basta para gerar eletricidade suficiente para rodar mais de 600 km. Para um motor a combustão convencional alcançar este mesmo rendimento ele teria que ser capaz de fazer 20 km/l com etanol.
Há uma série de vantagens neste sistema. O primeiro é que o etanol é mais é mais fácil e seguro de manusear do que o hidrogênio geralmente usado em células de combustível. Outra é que as emissões são de carbono-neutro, por fazer parte do ciclo natural do carbono. Por fim, o etanol é fácil de ser encontrado – principalmente nas Américas -, não dependendo de infraestrutura de abastecimento ou carregamento. Sem contar que o que move o furgão é um motor elétrico, que garante torque máximo imediato e é bastante silencioso.
Protótipos com sistema e-Bio serão utilizados em teste no Brasil, possivelmente junto a empresas de transporte. Essa tecnologia deve estar disponível no mercado global a partir de 2020, com maiores chances de começar em países que já usam etanol em larga escala, como Brasil, Estados Unidos e alguns asiáticos.
Elétrico de performance
Deixando um pouco de lado o viés racional dos veículos elétricos, a Nissan também mostrou a nova versão do protótipo BladeGlider, agora totalmente funcional. Sua missão é a de ser um veículo ágil e eficiente, mas que garanta diversão ao dirigir.
Fato é que ele impressiona. Tanto por ter carroceria com linha de cintura alta, quanto pelo fato de a bitola dianteira ser mais estreita que a traseira – algo que, na prática, aumenta a eficiência aerodinâmica e a estabilidade de condução. Além disso, há três lugares, sendo que o motorista senta-se sozinho na frente,como como em um McLaren F1. Para variar, as portas se abrem para cima e para trás.
No caso do Nissan BladeGlider a propulsão é 100% elétrica, com motores fornecidos pela Williams Advanced Engineering, braço da equipe de Formula 1. A velocidade máxima ultrapassa os 190 km/h, indo de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos. A tração traseira e garantida por dois motores elétricos que juntos geram o equivalente a 353 cv. O sistema de vetorização do torque controla a potência, mas tem três modos de operação interessantes: desligado (off), ágil (agile) e modo derrapagem (drift). Difícil não ser divertido…