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Mercedes freia eletrificação e volta a investir em motores a gasolina

CEO afirma que a montadora já gastou “mais do que o planejado anteriormente” para manter seus motores a combustão vivos até o fim da década

Por João Vitor Ferreira
29 jun 2024, 07h00
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  • A meta de muitas fabricantes de automóveis ainda é vender apenas carros elétricos até 2030, quando as normas de emissões de poluentes na Europa ficarão ainda mais rigorosas. Contudo, a Mercedes-Benz é mais uma que está revendo seus planos e voltando a investir pesado em motores a combustão.

    Só em 2024 a Mercedes já gastou cerca de 14 bilhões de euros em investimentos, o equivalente a R$ 83,6 bilhões. Parte desse dinheiro, claro, foi usado na área de digitalização e eletrificação, mas, segundo o CEO da empresa, Ola Källenius, o setor de motores a combustão consumiu “mais do que o planejado anteriormente”.

    Em depoimento à revista alemã Wirtschaftswoche, o executivo afirmou que boa parte desse montante está sendo gasto na atualização do Classe S: “Estamos investindo muito mais na atualização do motor do que gastaríamos normalmente em um facelift”. Sem um investimento alto a Mercedes “paralisaria subitamente o nosso negócio de motores de combustão em 2027 ou 2028”, justifica Källenius. Para ele, os motores a combustão serão importantes até a próxima década.

    Esse planejamento de emergência tem como objetivo evitar multas pesadas no futuro próximo, quando normas como a Euro 7 e China 7 entrarão em vigor. A ideia é atualizar “combinações de motores e transmissões relevantes” para que seus novos carros estejam de acordo com as leis, sem ter que depender exclusivamente de veículos elétricos.

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    Porém, isso atrasará os planos de eletrificação da montadora. A meta de ter 50% das suas vendas anuais composta apenas por elétricos e híbridos plug-in até 2025 pode não ser alcançada neste momento. Logo, fica a dúvida se a montadora conseguirá cumprir o plano de se tornar 100% elétrica até 2030 em países “onde as condições de mercado o permitirem”.

    A intenção agora é adiar o plano de eletrificação de metade do portfólio para o final desta década. Mas Källenius afirma que o principal objetivo da Mercedes segue de pé: tornar-se neutra em carbono até 2040.

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    Com as mudanças, próximo EQS pode acabar virando um elétrico com extensor de alcance (Divulgação/Mercedes-Benz)
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    Não só os objetivos da montadora serão adiados, como também alguns de seus projetos. No caso, as oito gigafábricas de baterias ficarão prontas mais tarde do que o previsto, segundo o CEO. Por outro lado, desmentiu os rumores dizendo que o desenvolvimento de uma nova plataforma para o futuro EQS havia sido cancelado: “O projeto está rodando em alta velocidade”, disse.

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    Sobre o EQS, é possível que ele seja lançado com um extensor de alcance, o que seria provável, já que a Geely, que acumula muita experiência com esse tipo de trem de força, tem uma parceria com a Mercedes para o desenvolvimento de motores híbridos. No entanto, relatórios divulgados recentemente afirmam que os testes de um EQS com equipado com um pequeno motor 1.0 turbo de dois cilindros haviam sido, supostamente, encerrados.

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