Os roadsters modernos surgiram na Europa, como pequenos conversíveis de dois lugares e motores modestos, mas sempre dispostos a andar rápido. Ícones como Triumph Spitfire, Alfa Spider e Lotus Elan desfrutaram de imensa popularidade nos anos 60 e 70, mas caíram no ostracismo de um mundo cada vez mais obcecado por economia e segurança.
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Mas nem todos se esqueceram deles: em 1981, o jornalista Bob Hall foi contratado pela Mazda e, mesmo sem ser engenheiro, apresentou o esboço de um roadster com motor dianteiro e tração traseira.
A direção deu carta branca à equipe de Hall, cujo projeto causou furor em 1989: o mundo parou para conhecer o MX-5.
Por apenas 14.000 dólares, as lojas tiveram de criar listas de espera antes da sua chegada. Mesmo num mercado competitivo, havia quem pagasse até 3.000 dólares de ágio pelo Miata, como também era chamado nos EUA.
Foi ainda sucesso de crítica: a imprensa louvava a ideia de um carro barato e divertido, quase extinto na época. Todos enalteciam o prazer ao volante e o aconchego do interior.
Leve (940 kg) e elegante, ele exibia linhas limpas e agradáveis, combinando nostalgia e modernidade.
A carroceria com a cabine recuada foi projetada com o auxílio de computadores, que definiram a alma do MX-5: ele tinha uma rigidez excepcional, bem diferente de seu único rival, o decano Alfa Spider.
Com um motor 1.6 16 V de duplo comando e com 116 cv, era apenas mediano nos números absolutos: 0 a 100 km/h em 12,25 segundos. Mas eles não transcreviam a diversão da direção comunicativa, dos freios moduláveis e das respostas rápidas do motor.
Destaque para o câmbio de curso curto e o acerto da suspensão independente. Inicialmente subesterçante, bastava um toque no acelerador para provocar uma deliciosa saída de traseira controlável.
O jornalista Peter Egan definiu-o como “o mais notado e popular carro” que já havia passado pela revista Road & Track, superando Ferrari Testarossa e Lotus Turbo Esprit.
Em 1990, ganhou ABS e câmbio automático, mas um motor 1.8 de 133 cv surgiria só em 1994, para lidar com o peso extra dos itens de conveniência e novos reforços estruturais.
Era tão bem idealizado que ficou por dez anos sem alterações significativas, sendo considerado por muitos um clássico moderno. A segunda geração veio em 1998, maior e mais pesada, sem os faróis escamoteáveis, mas com linhas sofisticadas e interior caprichado.
Sem repetir a sucesso do antecessor, deu lugar à terceira geração na linha 2006, quando aposentou o nome Miata nos EUA. Agora o público espera pela quarta geração, na esperança de que ele recupere a diversão a baixo custo.
ASTRO POP
O Mazda MX-5 é o conversível de maior sucesso da história, segundo o Guinness Book: 250.000 unidades em 1992, 500.000 em 1999, 750.000 em 2004 e 900.000 em 2011. O milionésimo MX-5 ficará para a quarta geração, desenvolvida em parceria com a Fiat.
Motor | 4 cilindros em linha, 1,6 litro |
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Potência | 116 cv a 6 500 rpm |
Torque | 13,8 mkgf a 5 500 rpm |
Câmbio | manual de 5 marchas, tração traseira |
Carroceria | conversível, 2 portas, 2 lugares |
Dimensões | comprimento, 395 cm; largura, 167 cm; altura, 129 cm; entre-eixos, 227 cm |
Peso | 940 kg |
0 a 100 km/h | 12,25 segundos |
Velocidade máxima | 177,7 km/h |
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