A Renault teria fraudado testes de emissões de poluentes na França por 25 anos, com o consentimento do agora ex-CEO da marca, Carlos Ghosn.
Segundo informações do jornal Liberation, a Renault utilizou um software similar ao empregado pela Volkswagen em seus motores a diesel para cumprir com os índices de CO2, no caso apelidado de dieselgate. A publicação afirma que modelos como a quarta geração do Clio e o Captur poluem até 300% mais do que os índices obtidos nos testes.
De acordo com o diário, a revelação foi feita em um relatório publicado em novembro de 2016 por uma agência de proteção aos direitos do consumidor. Ghosn e outros executivos da marca, inclusive, estariam cientes da fraude o tempo todo.
Embora a agência sugira que “todo o corpo de executivos” seja responsabilizado pelo ato, Carlos Ghosn (que recentemente deixou o comando da Renault para se dedicar à recuperação da Mitsubishi, outra marca da aliança Renault-Nissan) é que deveria ser diretamente responsabilizado por “não ter exercido seu poder de decisão na aprovação das estratégias de controle dos testes envolvendo motores”.
Por sua vez, a montadora afirmou que “por enquanto não se pronunciará sobre a investigação em andamento, uma vez que o conteúdo é confidencial e a Renault ainda não teve acesso ao caso, impossibilitando a confirmação da veracidade e confiabilidade das informações publicadas no artigo”.
Até o momento, o programa de investigação de testes de poluentes já abriu processo contra a Renault e outras três grandes conglomerados: Volkswagen, FCA Fiat Chrysler e PSA-Peugeot Citroën.