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Infiniti com taxa de compressão variável tem consumo de diesel

Motor é 27% mais eficiente que o V6 3.7 que substituirá no QX50

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 nov 2017, 20h47 - Publicado em 29 nov 2017, 20h45
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  • Motor Infiniti VC-T
    Motor consegue trabalhar com a taxa de compressão ideal para cada momento (Reprodução/Youtube)

    A Infiniti, marca premium da Nissan, está pronta para comercializar o primeiro motor do mundo com taxa de compressão variável. A estreia deste motor será no novo QX50, SUV médio que a Infiniti apresenta este mês no Salão de Los Angeles. 

    O motor em questão é 2.0 VC-Turbo (de compressão variável turbocomprimida) de quatro cilindros. Rende 271 cv e 39,8 mkgf de torque.

    Infiniti QX50 2019
    Infiniti QX50 vai estrear o novo motor VC-Turbo (Infiniti/Divulgação)

    Para a fabricante significa a oferta de potência de um motor a gasolina de alto desempenho com o torque e a eficiência de um motor diesel avançado, sem suas emissões.

    Este novo motor vai aposentar o atual V6 3.7 da Infiniti, que produz 325 cv e 36,8 mkgf. O principal argumento para isso é a eficiência: o consumo médio de 11,3 km/l é 35% melhor que a do antigo motor. Os níveis de ruído e vibração reduzidos e o fato de ser leve e compacto também pesam a favor.

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    INFINITI QX50
    Nova geração do Inifniti QX50 começa a ser vendida em 2018 (Infiniti/Divulgação)

    Para entender o princípio do VC-T é preciso lembrar que a taxa de compressão é a quantidade de vezes que o volume do cilindro é comprimida. Um motor quatro-cilindros 2.0 com taxa de compressão de 10:1 tem cilindros de 500 cm³.

    Quando o pistão alcançar seu ponto morto superior (PMS) – o ponto mais alto onde ele pode chegar – estará comprimindo a mistura ar-combustível a um volume de 50 cm³.

    INFINITI QX50
    SUV da Infiniti tem interior sofisticado (Infiniti)
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    O que este motor da Infiniti faz de especial é modificar essa compressão entre 8:1 e 14:1, de acordo com o regime do propulsor. Nenhum outro motor em produção hoje no mundo é capaz de fazer isso.

    A taxa de compressão mais baixa é a que resulta em maior desempenho para motores turbo, que trabalham com uma pressão extra de admissão.

    Motor Infiniti VT-Turbo
    Motor 2.0 tem rendimento suficiente para substituir um V6 3.7 (Infinti/Divulgação)

    Com a compressão maior o motor se torna mais eficiente na queima do combustível em regimes de menor rotação – justamente quando o turbo ainda não está funcionamento pleno. Ou seja, otimiza o momento em que o motor trabalha aspirado, pois o turbo ainda não gira o suficiente para aumentar o desempenho do motor.

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    Como o VC-T funciona?

    Para fazer essa mágica acontecer o VC-T aumenta e diminui o curso dos pistões diretamente no virabrequim. As bielas são menores e são ligadas a uma alavanca intermediária, que por sua vez são pivotadas no moente do virabrequim. 

    Motor Infiniti VT-Turbo
    Funcionamento do sistema de variação da taxa de compressão (Divulgação/Tradução/Quatro Rodas)

    Esta alavanca intermediária está conectada a uma outra, comandada por uma engrenagem harmônica. A medida que a alavanca se movimenta, varia a altura que o pistão pode alcançar dentro do cilindro, alterando a taxa de compressão.

    Motor Infiniti VT-Turbo
    A engrenagem hamônica atua na inclinação do moente das bielas (Infiniti/Divulgação)
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    Motor Infiniti VT-Turbo
    Atuador atua no virabrequim (Infinti/Divulgação)

    Na prática, o motor consegue ajustar o momento da ignição e o tamanho da câmara de combustão de acordo com suas necessidades para o momento.

    Alternar o tempo de abertura das válvulas, trabalhar com injeção direta e indireta, e usar turbocompressores com geometria variável, ou seja, que conseguem adaptar sua atuação de acordo com as necessidades do motor são outras estratégias, ainda que não tão eficientes, que a indústria já usa para contornar o turbo lag.

    Outra utilidade do sistema patenteado pela Infiniti seria em motores flex. A taxa de compressão ideal para a queima de etanol e de gasolina varia: a gasolina prefere taxa menor, de até 10,5:1, enquanto o poder calorífico do etanol é melhor aproveitado com taxa entre 11,5:1 e 12,5:1.

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    Em vez de trabalhar com taxa de compressão intermediária para os dois combustíveis, esta tecnologia permitiria explorar o melhor de cada combustível e, assim, encontrar números de consumo e emissões menores.

    Conceito antigo

    O novo motor da Infiniti é um dos mais complexos já feitos e seu desenvolvimento está em curso desde 1998. A fabricante japonesa o trata como um novo passo na história dos motores a combustão. Mas outras empresas já tentaram fazer o mesmo.

    A sueca Saab, por exemplo, apresentou em 2000 o sistema SVC, que usava a variação de inclinação do cabeçote em relação ao bloco do motor para aumentar ou diminuir a taxa de compressão – as pesquisas neste sentido pararam quando a General Motors comprou a fabricante sueca.

    Já a americana FEV demonstrou em 2015 uma forma de variar a taxa colocando um eixo excêntrico na conexão dos pistões com as bielas, variando sua altura quando necessário. 

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