Neste ano, a indústria brasileira de veículos pode, pela primeira vez em dez anos, ter uma queda nas vendas. O setor, que reduziu em setembro a expectativas de vendas em 2013 para 1 a 2% de crescimento, acumulou até novembro uma queda de 0,8% nos licenciamentos.
A Anfavea esperava um crescimento de até 4,5% nas vendas deste ano, o que marcaria o sétimo recorde anual consecutivo.
“Acredito que pode haver um empate técnico [sobre as vendas de 2012]. Empate num volume extremamente favorável que nos mantém como quarto maior mercado do mundo”, analisou Luiz Moan, presidente da associação de montadoras (Anfavea) .
As vendas abaixo do esperado já provocaram uma desaceleração a partir de agosto e, com isso, grande parte das montadoras deve conceder férias coletivas a partir do dia 20. Outro agravante é a condição de 2014, com alta de custos, redução de estímulos do governo, bancos pouco interessados em ampliar crédito e concorrência maior entre montadoras no país.
A Anfavea reafirmou, ainda, que o governo garantiu a elevação da alíquota do IPI no começo do próximo ano e prevê que o BNDES aumentará os juros do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o que facilita a compra de bens de capital como caminhões.
A expectativa do setor é de alta nas vendas de dezembro sobre novembro e redução na produção, diante de um volume de estoque de 417 mil veículos. No mês passado, a produção brasileira de veículos caiu 8% ante 10,7% em 2012. Já as vendas recuaram 2,8% no ano a ano e 8,3% na mensal, para 302,9 mil veículos.