Já diz o ditado: “Parente é dor de dente”. Se isso é verdade em parte das famílias comuns, no universo dos automóveis não é diferente. Às vezes a estreia de um lançamento pode fazer com que outro da mesma marca perca vendas para o recém-chegado.
O maior exemplo é o Honda HR-V. De uma só vez, tornou difícil a vida de dois irmãos dentro da sua casa. O CR-V teve suas importações reduzidas e passou a ser vendido só na versão mais cara, pois as básicas batiam de frente com o HR-V topo de linha. Já o Civic sofre por não ser novidade, por estar na mesma faixa de preço (ambos começam em R$ 71.900) e não pegar carona na atual onda dos SUVs. “O HR-V interfere diretamente no Civic”, diz um consultor de vendas da Honda. Os números confirmam: o sedã perdeu 35% das vendas desde o último ano.
Outro especialista em roubar as atenções (e mercado) é o VW Up!. Com números tímidos em seu lançamento, hoje ele tem 14% do segmento dos hatches de entrada, ante os 8% iniciais. De outro lado, o Gol só viu seus números despencarem após a estreia do irmão: de 25% para 15%. De acordo com um vendedor da marca, as razões do sucesso são a tecnologia embarcada e o baixo consumo do Up!. “Ele foi o responsável por salvar as vendas da Volks no Brasil. Enquanto isso, o Gol caiu no esquecimento”, desabafa.
Em menor proporção, a Ford também sofre desse mal. Vendido a R$ 39.990, o Ka topo de linha, com maior oferta de equipamentos, acaba por seduzir quem procura por um New Fiesta S, com preço próximo (R$ 46.790) e menos itens de série.
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