A eletrificação dos carros no Brasil anda bem mais lenta do que no exterior, é verdade. Mas dizer que esse processo está parado também seria impreciso, afinal de contas, em relação a 2020, a frota de veículos híbridos e elétricos no país praticamente triplicou. Em comparação com 2015, o número é cerca de 40 vezes maior.
Os dados vêm de um levantamento da NeoCharge. A empresa oferece soluções para recarga de veículos elétricos e compilou dados oficiais da Secretaria Nacional de Trânsito, oferecendo uma visão interessante do setor.
Obviamente, o grosso desse montante vem de carros híbridos convencionais, sem conexão à tomada. Dos 124.361 carros com algum tipo de eletrificação registrados no país, 86.143 (cerca de 69%) são híbridos ou híbridos leves. Em seguida, vêm os híbridos plug-in, que, com 27.073 emplacamentos, representam 22% da frota, e 11.145 carros elétricos que completam os 9% restantes.
Marcas
O levantamento da NeoCharge também relata quanto que cada fabricante representa da frota de eletrificados no Brasil. Não é surpresa que o sucesso dos Toyota Corolla e Corolla Cross tenham colocado a japonesa em liderança confortável: veio da marca 54% dos carros do tipo emplacados nas ruas brasileiras. A mais tempo à venda, o Corolla representa, sozinho, 23% desse montante, mas o Corolla Cross, com 19%, está perto de tomar a liderança. O Prius (7%) e o RAV4 (6%) completam o top-4.
Quando o assunto é carro elétrico, a Volvo é quem lidera. A sueca nem sequer vende carros sem nenhum tipo de eletrificação, mas sua política de preços agressiva fez com que modelos a baterias ganhassem preços próximos de alternativas convencionais, e os resultados vieram.
A cada 10 carros elétricos vendidos no país, 1 é o Volvo XC40, principal responsável por dar à sueca uma parcela de 15% desse mercado. O segundo lugar é o longevo (e quase aposentado) Nissan Leaf, com o Audi e-Tron vindo em seguida.
Também já é possível notar o sucesso de segmentos mais baratos: lançado há cerca de um ano, o Caoa Chery iCar já é o quarto carro elétrico mais vendido da história no Brasil, com 790 unidades. Um detalhe curioso é a presença do Gurgel Itaipu em 21º lugar, a despeito de ter sido lançado há quase meio século.