A Fiat Chrysler (FCA) entregou à Renault nesta segunda-feira uma proposta de fusão. Juntas, as duas empresas podem formar a terceira maior fabricante de automóveis do mundo, atrás apenas de Volkswagen e Toyota.
Nenhuma empresa seria majoritária no negócio. 50% do grupo formado pelas duas companhias pertenceria aos acionistas da FCA, enquanto a outra metade ficaria sob responsabilidade dos acionistas da Renault (incluindo o governo francês, que detém 15% da marca atualmente).
A sede do novo grupo não ficaria na Itália ou na França, mas sim na Holanda. Mas seria listada nas bolsas de Milão, Paris e Nova York.
Na proposta entregue, a FCA diz que a fusão não prevê cortes de empregos nem fechamento de fábricas, mas sim uma economia com investimentos eficientes em plataformas de veículos globais, conjuntos mecânicos e tecnologias.
A FCA ainda ressalta que as duas empresas seriam complementares, tendo em seu portfólio: marcas de luxo, como Maserati e Alfa Romeo; marcas generalistas, como Dacia, Lada, Fiat e Renault; além de Jeep, forte com SUVs; e RAM, voltada a picapes e veículos comerciais.
Além disso, enquanto a Renault tem forte presença na Europa, Rússia, África e no Oriente Médio, a FCA é forte na América do Norte (onde a Renault não atua) e líder na América Latina.
Também é destacado que a FCA vem investindo em condução autônoma, com parcerias com Waymo, BMW e Aptiv, enquanto a Renault tem experiência com tecnologias de carros elétricos – é ela quem lidera o mercado de elétricos na Europa.
O Conselho de Administração da Renault se reuniu nesta segunda-feira e “decidiu estudar com interesse a oportunidade de tal fusão”.
Em nota, a Renault disse que informará o resultado so estudo da proposta, tanto diante dos acionistas como perante a legislação, futuramente. Uma decisão definitiva pode levar meses.
Vale destacar que as negociações com a Renault não incluem a Nissan, com quem a Renault mantém uma aliança há 20 anos, nem a Mitsubishi, que tem a Nissan como sua maior acionista.