Fabricantes trocam produção de carro por máscaras e respiradores no Brasil
Chevrolet, Citroën, Peugeot e Volkswagen foram as primeiras a anunciar projetos contra a pandemia do novo coronavírus no país
Em meio à pandemia da Covid-19 – e paralisação de fábricas –, empresas do setor automotivo decidiram promover ações de combate à doença. Só que, até agora, apenas Chevrolet, Citroën, Peugeot e Volkswagen já anunciaram seus projetos para o Brasil.
A General Motors, por exemplo, está à frente da força-tarefa criada pelo Governo Federal para consertar todos os respiradores que não estão funcionando atualmente no país. A estimativa é de que haja cerca de 3.000 equipamentos fora de operação no país.
“Em paralelo ao levantamento de quantidade, localização e modelo dos dispositivos, estamos treinando virtualmente o corpo técnico voluntário e preparando salas para realizar reparos na semana que vem”, diz Carlos Sakuramoto, gerente de inovação da GM.
A “Iniciativa + Manutenção de Respiradores” prevê toda a logística de retirada nos hospitais, envio à fábrica mais próxima – há unidades em São José dos Campos, Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul (SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC) – e reparo com ajuda do Senai.
Já a Volkswagen ofereceu, em regime de empréstimo, uma frota de 100 veículos às prefeituras de São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos (SP) e São José dos Pinhais (PR), cidades nas quais a marca tem linhas de montagem, e ao Governo de São Paulo.
De acordo com o fabricante, o objetivo é “facilitar o deslocamento de médicos e enfermeiras, bem como transporte de medicamentos e equipamentos de saúde, podendo ser utilizado para qualquer outra necessidade das autoridades” durante a pandemia.
Além disso, a empresa de origem alemã anunciou hoje (25) a doação de 2.000 máscaras faciais protetoras para as cidades nas quais tem unidades de fabricação. Os equipamentos – modelo 3M PFF-2 (S) – já estavam no estoque e eram usados na produção.
O grupo PSA (Citroën e Peugeot) também já iniciou o processo de implementação de uma ação para fabricação de protetores faciais feitos com impressoras 3D em conjunto com a FabLAb da Firjan Senai de Resende (RJ), cidade próxima à fábrica das marcas.
Por enquanto, o projeto segue em estudo de viabilidade e, caso tenha resultado positivo, será colocado em ação nos próximos dias para fornecer equipamentos às autoridades públicas de saúde – ainda não há previsão do número de unidades a serem feitas.
Procurada pela QUATRO RODAS, a Anfavea, associação nacional dos fabricantes de veículos, disse que, desde ontem (24), estão em discussão possíveis medidas para ajudar no combate à contaminação pelo novo coronavírus, mas ainda não há nada definitivo.