Os modelos fora-de-série eram praticamente a única solução para os brasileiros que queriam exclusividade antes da década de 1990, quando nosso mercado ainda era fechado a veículos importados. Só que não era nada barato levar um desses para casa…
Desenvolvidos sobre a base de carros convencionais – como Chevrolet Opala e VW Fusca –, as criações nacionais eram produzidas quase artesanalmente. E, por isso, não é de estranhar que esses modelos teriam preços equivalentes, hoje, aos BMW e Porsche.
Para descobrir os valores atualizados, QUATRO RODAS selecionou cinco exemplos de foras-de-série que foram referência no mercado nacional. Os preços originais foram corrigidos segundo índice econômico IGP-DI, estabelecido pela Fundação Getúlio Vargas.
Puma GTB
O primeiro Puma GTB estreou em 1974, ano seguinte à apresentação no Salão do Automóvel – quando ainda era chamado GTO. Com motor de seis cilindros em linha 4.1 do Chevrolet Opala, o esportivo custava Cr$ 79.769. Ou seja, R$ 230.215 nos dias atuais.
Com toda essa grana daria para levar um VW Jetta GLI (R$ 158.290), um VW Up! Connect TSI (R$ 54.890) e sobrariam R$ 17.035 no bolso. Já o Puma GTB S2, de 1978, era ainda mais caro: Cr$ 384.000 (R$ 293.295). E um Subaru WRX STI custa R$ 266.900.
Miura Saga
Não bastasse o estilo esportivo, o Miura Saga tinha tecnologias de sobra: controle remoto para abrir as portas, televisão preto e branco com tela de 5 polegadas no painel, piloto automático e até computador de bordo capaz de falar instruções ao motorista.
Revelado durante o Salão do Automóvel de 1984, o fora-de-série estrelou na QUATRO RODAS em 1986, quando a empresa emplacava 25 unidades por mês. Pelos Cr$ 250.000 (R$ 389.446) do mais equipado, daria para levar o BMW Z4 M40i, de R$ 384.950.
Brasinca 4200 GT
Considerado um dos primeiros esportivos nacionais – o pioneiro é o Willys Interlagos, que era uma versão local do Alpine A110 –, o 4200 GT ficou mais conhecido pelo nome de projeto que depois acabou se tornando o batismo oficial do modelo: Uirapuru.
Com carroceria de aço (enquanto boa parte dos fora-de-série eram de fibra de vidro) e motor seis cilindros em linha 4.3 da Chevrolet, o modelo saía por Cr$ 16.000.000 (R$ 386.446). Hoje, daria para comprar um Camaro conversível, que custa R$ 382.850.
MP Lafer TD
Desenvolvido por um fabricante de móveis com base dos Volkswagen a ar e estilo do inglês MG TD, o MP Lafer TD foi um dos fora-de-série mais curiosos (e cobiçados) durante os anos 1970, oferecido a preços que partiam de Cr$ 45.810 (R$ 132.208).
E até que, para os dias atuais, não seria tão caro: pelo valor, quase dá para colocar na garagem um Mini Cooper de entrada (R$ 135.990). Já a versão esportiva TI, que custava Cr$ 300.393 (R$ 175.888), estaria próxima à opção Cooper S do hatch, de R$ 181.990.
Santa Matilde SM
Não é de estranhar que os preços do Santa Matilde surpreendam até hoje. Afinal, à época do lançamento, ele já era considerado o modelo mais caro fabricado no Brasil. Com motor de seis cilindros do Opala, o esportivo era vendido a Cr$ 330.000 (R$ 313.166).
Se esse valor era suficiente para comprar dois do Chevrolet na versão topo de linha Comodoro, hoje, estão próximos de um Porsche 718 Cayman de entrada, que custa R$ 335.000. Por ironia, Humberto Pimentel Duarte, presidente da marca, tinha um 911 Targa S.
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