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Esportivos nacionais com motor de Fusca e Opala hoje custariam um Camaro

Puma GTB, Miura Saga e MP Lafer TD foram sinônimo de exclusividade em tempos de mercado fechado, mas preços eram dignos de carros de luxo

Por Gabriel Aguiar
16 jun 2020, 07h00
Brasinca 4200 GT
Preços dos fora-de-série brasileiros seriam bem elevados nos dias atuais (Acervo/Quatro Rodas)

Os modelos fora-de-série eram praticamente a única solução para os brasileiros que queriam exclusividade antes da década de 1990, quando nosso mercado ainda era fechado a veículos importados. Só que não era nada barato levar um desses para casa…

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Desenvolvidos sobre a base de carros convencionais – como Chevrolet Opala e VW Fusca –, as criações nacionais eram produzidas quase artesanalmente. E, por isso, não é de estranhar que esses modelos teriam preços equivalentes, hoje, aos BMW e Porsche.

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Para descobrir os valores atualizados, QUATRO RODAS selecionou cinco exemplos de foras-de-série que foram referência no mercado nacional. Os preços originais foram corrigidos segundo índice econômico IGP-DI, estabelecido pela Fundação Getúlio Vargas.

Puma GTB

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GTB S2 tinha motor seis cilindros em linha e estrutura emprestada do Opala (Acervo/Quatro Rodas)

O primeiro Puma GTB estreou em 1974, ano seguinte à apresentação no Salão do Automóvel – quando ainda era chamado GTO. Com motor de seis cilindros em linha 4.1 do Chevrolet Opala, o esportivo custava Cr$ 79.769. Ou seja, R$ 230.215 nos dias atuais.

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Com toda essa grana daria para levar um VW Jetta GLI (R$ 158.290), um VW Up! Connect TSI (R$ 54.890) e sobrariam R$ 17.035 no bolso. Já o Puma GTB S2, de 1978, era ainda mais caro: Cr$ 384.000 (R$ 293.295). E um Subaru WRX STI custa R$ 266.900.

Miura Saga

Miura Saga
Carroceria de fibra de vidro escondia tecnologias impressionantes para a época (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Não bastasse o estilo esportivo, o Miura Saga tinha tecnologias de sobra: controle remoto para abrir as portas, televisão preto e branco com tela de 5 polegadas no painel, piloto automático e até computador de bordo capaz de falar instruções ao motorista.

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Revelado durante o Salão do Automóvel de 1984, o fora-de-série estrelou na QUATRO RODAS em 1986, quando a empresa emplacava 25 unidades por mês. Pelos Cr$ 250.000 (R$ 389.446) do mais equipado, daria para levar o BMW Z4 M40i, de R$ 384.950.

Brasinca 4200 GT

Brasinca 4200 GT
São estimadas apenas 76 unidades construídas do 4200 GT (Acervo/Quatro Rodas)

Considerado um dos primeiros esportivos nacionais – o pioneiro é o Willys Interlagos, que era uma versão local do Alpine A110 –, o 4200 GT ficou mais conhecido pelo nome de projeto que depois acabou se tornando o batismo oficial do modelo: Uirapuru.

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Com carroceria de aço (enquanto boa parte dos fora-de-série eram de fibra de vidro) e motor seis cilindros em linha 4.3 da Chevrolet, o modelo saía por Cr$ 16.000.000 (R$ 386.446). Hoje, daria para comprar um Camaro conversível, que custa R$ 382.850.

MP Lafer TD

MP Lafer
Estilo de esportivo inglês escondia base e mecânica dos Volkswagen a ar (Acervo/Quatro Rodas)

Desenvolvido por um fabricante de móveis com base dos Volkswagen a ar e estilo do inglês MG TD, o MP Lafer TD foi um dos fora-de-série mais curiosos (e cobiçados) durante os anos 1970, oferecido a preços que partiam de Cr$ 45.810 (R$ 132.208).

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E até que, para os dias atuais, não seria tão caro: pelo valor, quase dá para colocar na garagem um Mini Cooper de entrada (R$ 135.990). Já a versão esportiva TI, que custava Cr$ 300.393 (R$ 175.888), estaria próxima à opção Cooper S do hatch, de R$ 181.990.

Santa Matilde SM

Santa Matilde SM 4.1
Santa Matilde SM 4.1 era o carro mais caro fabricado no Brasil (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Não é de estranhar que os preços do Santa Matilde surpreendam até hoje. Afinal, à época do lançamento, ele já era considerado o modelo mais caro fabricado no Brasil. Com motor de seis cilindros do Opala, o esportivo era vendido a Cr$ 330.000 (R$ 313.166).

Se esse valor era suficiente para comprar dois do Chevrolet na versão topo de linha Comodoro, hoje, estão próximos de um Porsche 718 Cayman de entrada, que custa R$ 335.000. Por ironia, Humberto Pimentel Duarte, presidente da marca, tinha um 911 Targa S.

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Esportivos nacionais com motor de Fusca e Opala hoje custariam um Camaro
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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