Normalmente as fabricantes fazem questão de divulgar o preço da versão mais barata de seus carros, mesmo que seja uma pacote de equipamentos que terá pouquíssima demanda (como o Honda HR-V LX manual).
A Jaguar, porém, optou por destacar o preço da versão intermediária do E-Pace, que começou a ser vendido no Brasil esta semana por R$ 222.300*.
O asterisco no valor tem justificativa: esse é o preço da versão P250, a mais barata à pronta-entrega do E-Pace.
No entanto, o menor SUV da Jaguar dispõe de uma versão mais em conta, por R$ 195.400, vendida por encomenda.
Considerando somente os pacotes disponíveis à pronta-entrega, o E-Pace será vendido no Brasil em quatro versões:
2.0 P250 – R$ 222.300
R-Dynamic S P250 – R$ 246.750
First Edition P250 – R$ 275.900
R-Dynamic SE P300 – R$ 278.080
Com esse valor, o E-Pace passa a ser o Jaguar mais em conta do país, superando o XE P200 (R$ 215.520).
Assim como o sedã, o E-Pace usa o novo motor 2.0 turbo da família Ingenium, calibrado para duas potências: 250 cv e 300 cv, sempre com câmbio automático de nove marchas e tração integral.
QUATRO RODAS teve a oportunidade de acelerar brevemente as duas versões de motorizações em um trajeto off-road e na pista de corrida da Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP).
A pista de terra com buracos profundos e rampas íngremes servia para destacar o lado Land Rover do E-Pace.
Mas no entanto, como a própria marca faz questão de destacar, o negócio do E-Pace é o asfalto.
Mesmo com suspensão mais macia, o E-Pace P250 responde rápido aos movimentos, e tão logo a carroceria se apoie nos pneus externos em uma curva rápida, o SUV de generosos 1.832 kg consegue alterar sua trajetória até o limite de aderência dos pneus Pirelli PZero 245/55 R19 que equipavam a unidade avaliada.
No modo de condução dinâmico, o ESC permite que o E-Pace apresente um leve sobreesterço nas saídas de curva, suficiente para que o motorista consiga apontar o carro rapidamente para onde deseja.
Esse recurso é comum em esportivos e modelos menores, mas pouco usual entre os SUVs, que possuem centro de gravidade elevada.
Mas o E-Pace mais adequado para quem gosta de uma tocada rápida é o P300. Custando apenas R$ 2.180 a mais do que o cobrado pela versão P250 First Edition, o pacote se destaca pela lista de equipamentos e pelo conjunto mecânico.
Além dos 300 cv e 40,8 mkgf, o modelo conta com suspensão ajustável, pneus mais largos (255/50 R20) e desempenho à altura de seu preço: segundo a Jaguar, o E-Pace P300 acelera de 0 a 100 km/h em 6,4 segundos, com velocidade máxima de 243 km/h.
A diferença para o P250 (7 s e 230 km/h) é tímida no papel, mas surpreendente no uso real.
Aconchego luxuoso
Em todas as versões o acabamento do E-Pace é ótimo, com materiais emborrachados e plástico de qualidade aparente elevada, além do couro em bancos, volante e partes do painel.
Há oito airbags, sensores de estacionamento (frontal e traseiro), botão de partida e faróis em LEDs em todas as versões.
Itens como chave presencial, quadro de instrumentos digital e HUD podem equipar os pacotes mais caros.
Os 2,68 m de entre-eixos permitem uma cabine adequada para quatro adultos; se o motorista for muito alto, porém, pouco sobrará de espaço para o passageiro imediatamente atrás.
Apesar da linha de cintura alta, a maior área envidraçada torna o E-Pace mais agradável de se guiar, ainda que sua visibilidade traseira seja quase tão restrita quanto o irmão Evoque.
O túnel central elevado limita o passeio de um quinto adulto a viagens curtas, mas há cinco entradas USB disponíveis, sendo três para a segunda fileira (que conta também com saídas de ar-condicionado).
O porta-malas comporta bons 577 litros, mas o tampão do porta-malas manual, como no Renault Duster, não tem o requinte que se espera neste segmento.
Com muitos acertos e poucos detalhes que podem incomodar, o E-Pace tem potencial para não só acompanhar o sucesso de F-Pace e Evoque, mas também para ser o Jaguar mais vendido do Brasil.