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É como beber com amigos

Eu gosto muito de Mercedes SLS, BMW M3 e Ferrari 458, mas preferia ter o pequeno Fiat 500 TwinAir.     Eu passei a maior parte da semana brincando com o McLaren MP4-12C e tenho de admitir que, em termos técnicos, de senso comum e de números de pista, ele é muito impressionante. Foi projetado […]

Por Jeremy Clarkson
26 mar 2012, 20h49
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  • Eu gosto muito de Mercedes SLS, BMW M3 e Ferrari 458, mas preferia ter o pequeno Fiat 500 TwinAir.

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    Eu passei a maior parte da semana brincando com o McLaren MP4-12C e tenho de admitir que, em termos técnicos, de senso comum e de números de pista, ele é muito impressionante. Foi projetado para andar rápido de verdade. Mas faz isso sem qualquer toque teatral. Na estrada, apresenta o comportamento e o som de um Mercedes Classe S. Também é belamente fabricado e, sem dúvida, é um carro que você pode usar no dia a dia. Como resultado, é certamente o melhor carro que já recebeu o logotipo da McLaren. É definitivamente melhor que o velho F1, que eu detestava. E é melhor que o SLR, que tinha uma chave liga/desliga no lugar do pedal de freio: ou você era jogado contra o para-brisa ou não desacelerava.

    Ele até pode ser melhor que a Ferrari 458, e isso é algo que eu não achava que ia dizer tão cedo. Mas não tenho vontade de ter um. É a mesma história com o Bugatti Veyron. Sim, é uma obra-prima, uma tempestade de fogo de magnésio e materiais compostos, de esplendor, perseverança, persistência de engenharia e potência de cair qualquer queixo. Mas nunca cheguei a pensar: “Caramba, eu adoraria ter um desses na minha garagem!”

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    Senti mais ou menos a mesma coisa no novo restaurante de Heston Blumenthal em Londres, algum tempo atrás. Ele faz comida da mesma forma que a McLaren e a Bugatti fazem carros. O pato é reduzido a nível molecular, tratado com gases exóticos e então remontado antes de ser preparado por um time de homens vestidos como se fossem guardas do esconderijo secreto de um vilão de filmes de James Bond. Até o sorvete é feito com uma máquina de costura.

    O resultado é simplesmente espetacular. Sem a menor sombra de dúvida, a musse de limão de Heston é a segunda melhor coisa que já coloquei na boca e, embora a textura da gordura do pato lembrasse ligeiramente um agasalho acolchoado que tivesse sido deixado na chuva, seu sabor era maravilhoso. Era um “pato plus”. Um superpato. Um pato Veyron.

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    Apesar de eu admirar a habilidade e o conhecimento de Heston, não fico sonhando com o dia em que poderei provar seus pratos novamente. Se eu gostei? Sim, e muito. Estou contente de ter experimentado? Com certeza. Mas haverá algum dia em que nada além do seu famoso prato de ossobuco fará minha felicidade? Duvido. Eu acho que é porque, em nossas vidas complicadas, ansiamos apenas pelo simples. Uma noite na frente da TV. Um jantar íntimo. Um jogo de cartas. Em festas chiques, eu acabo conversando com uma jovem bela e fascinante que acabou de escrever um livro sobre algo muito interessante e engenhoso. Mas do que eu sinto falta é de estar no bar com meus amigos

    O mesmo pode ser dito de carros. Gosto muito do Mercedes SLS, do Jaguar XKR, do BMW M3 e da Ferrari 458. Mas o carro que eu mais gostaria de ter é o Citroën DS3 Racing, sobre o qual escrevi há algum tempo. E logo depois vem o pequeno Fiat 500. É claro, você conhece o 500. A filha daquele amigo seu provavelmente tem um. Você gosta da jovialidade e da forma como ele é ao mesmo tempo retrô e moderno. Mas a coisa fica ainda melhor, porque, embora o Fiat tenha um conceito muito semelhante ao do Mini – ambos são declarações de estilo em primeiro lugar e carros em segundo –, ele é muito mais barato. E, como uma pequena cerejinha em cima do bolo, é um carro que não precisa ser prata ou preto, como 75% dos outros carros na estrada. Ele pode ser azul claro, amarelo-ovo ou vermelho brilhante. Você pode até cobri-lo com adesivos. E deveria.

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    Resumindo, o pequeno Fiat é uma máquina alegre que o faz sorrir, mas o carro de que estou falando hoje é diferente. E melhor. É o novo TwinAir, que tem um motor bem diferente de tudo que já vi.

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    Em primeiro lugar, tem apenas dois cilindros. Bem, isso, por si só, não é exatamente uma ideia revolucionária. O antigo Fiat 500 tinha motorização semelhante. No entanto, na nova versão, não há árvore de comando de válvulas. Em vez disso, as válvulas de escape acionam as de admissão usando elementos hidráulicos e eletrônicos. E isso parece a melhor solução que já apareceu para um problema que não existe. Mas o resultado final é espetacular. Em primeiro lugar, há o ronco. Lembra aquele som que se ouvia ao encostar uma varetinha de madeira nos raios da roda da bicicleta. É como ele. Só que amplificado. É um dos melhores sons de motor que já ouvi. E daí vem a pegada. Sim, ele pode ser pequenininho, com apenas 875 cm3, mas é equipado com turbo, fazendo com que você tenha 85 cv. Significa que você pode andar em rodovias com facilidade. E ele arranca com a velocidade de uma bola chutada pelo jogador Roberto Carlos. E tem mais. Como o atrito em um motor de dois cilindros é bem menor que em um de quatro, ele é incrivelmente eficiente, o que significa que emite menos CO2 que um cara gordo em uma bicicleta alugada.

    Certamente, esse carrinho é dez vezes mais amigo do ambiente que um Toyota Prius, porque ele é menor, feito com menos peças e a Fiat não precisa pilhar a zona rural canadense e causar chuva ácida para fazer suas baterias. Com esse carro pequeno, todo mundo ganha. Especialmente as empresas de petróleo. Porque, infelizmente, o TwinAir não é, exatamente, o que você chamaria de econômico. Ele seria, se você o dirigisse de forma comedida – e, se você pressionar o botão Eco do painel, ele provavelmente será. Mas você não vai usar o botão Eco. E não vai dirigi-lo de forma comedida. Porque é impossível. Tão impossível quanto esperar que um filhote de cachorro fique parado.

    Eu fiquei com o carrinho durante uma semana e gostei tanto do seu ronco que ele me fez conseguir a marca de 16 km/l – já fiz consumo melhor com a versão esportiva Fiat 500 Abarth. E, para tornar o argumento da economia ainda menos palatável, o TwinAir custa cerca de 1 000 libras (2 730 reais) a mais do que um modelo com especificações semelhantes, e com o dobro de cilindros.

    Mas isso não importa, porque quando você singra pelo centro de Londres fazendo com os dedos o sinal da vitória para as câmeras de congestionamento, arrancando mais rápido que as motos nos semáforos e deliciando-se com aquele ruído fantástico, você realmente não vai se importar. O 500 é um grande carrinho. E agora você pode tê-lo com aquele que é quase certamente o melhor motor… do mundo.

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