‘Dirija como uma mulher’, diz campanha sobre segurança no trânsito
Associação francesa de segurança rodoviária pretende incentivar que o comportamento ao volante dos homens seja o mesmo que o das mulheres
É consenso em todo mundo que motoristas homens provocam mais acidentes de trânsito que as mulheres, inclusive no Brasil, onde uma pesquisa da Unicamp indicou o registro de 183% mais colisões de motoristas homens do que de mulheres.
Dados recentes do observatório francês de segurança rodoviária mostram que os homens representam, estatisticamente, um risco maior ao volante em comparação com as mulheres. Motoristas homens são responsáveis por 84% dos acidentes fatais registrados por lá.
Diante desse dado alarmante, uma associação francesa de segurança rodoviária, a Victimes & Citoyens, promove uma campanha de sensibilização com a seguinte frase: “Conduisez comme une femme” ou “Dirija como uma mulher”, em tradução literal.
A frase chamativa é acompanhada por uma estatística alarmante e de um QR code para quem quiser saber mais sobre a campanha. Os cartazes já podem ser encontrados nas principais estações de metrô da França, inclusive em Paris.
A mensagem que querem transmitir é que “para se manterem vivos ao volante, o melhor que os homens podem fazer é adotar o mesmo comportamento que as mulheres”. O grupo acredita que esta abordagem levaria a menos acidentes e reduziria o número de pessoas que morrem nas ruas.
Um estudo recente do Insurance Institute for Highway Safety (IIHS) revela uma tendência semelhante nos EUA. Entre 1975 e 2021, os motoristas do sexo masculino foram responsáveis por um número significativamente maior de mortes nas estradas em comparação com as motoristas do sexo feminino.
Nos cartazes constam outros dados do observatório de segurança francês como: os homens são responsáveis por 75% de lesões graves e de 93% dos incidentes de condução sob o efeito do álcool. Em contrapartida, as mulheres cometem muito menos infrações de condução e têm oito vezes menos probabilidades de se envolverem em acidentes fatais.
Os responsáveis pela campanha dizem que há quem argumenta que estas estatísticas são distorcidas porque os homens constituem uma parcela maior dos motoristas. No entanto, os dados franceses revelam que as mulheres representam 42% dos principais condutores na França, e estudos mais antigos mostram que a sua quilometragem anual (11.200 km) é bastante próxima da dos homens (12.500 km). Isto sugere que a disparidade de gênero na segurança rodoviária não se deve à frequência de condução.