Pessoas com deficiências ou patologias que dificultam ou impedem a mobilidade têm direito a adquirir veículos com isenção de IPI, ICMS e IOF, o que resulta em abatimento de 20% a 30% no preço.
Contudo, as isenções só são aplicadas em carros que custam até R$ 70.000 já com opcionais. Para enquadrar modelos maiores e mais caros, como SUVs, algumas marcas criam versões menos equipadas só para esse público.
Os fabricantes miram nos R$ 69.990.
O Jeep Renegade 1.8 AT precisa recorrer às rodas de aço aro 16, em vez das de liga leve de mesmo aro, perde alarme, faróis de neblina, banco do carona rebatível, rack do teto, sensor de estacionamento, rádio e alto-falantes.
A Hyundai eliminou do Creta Attractive as barras de teto, rádio, comando de som no volante, monitor de pressão dos pneus e até a tampa interna do porta-malas!
Não é muito diferente do que a Renault faz com o Captur Life 1.6 CVT, que só é vendido na cor branca. Até maio, as diferenças da versão se limitavam às rodas aro 17 sem acabamento diamantado e à falta de retrovisores rebatíveis e sensor de estacionamento.
Contudo, carros pedidos a partir de junho não terão tampão do porta-malas, protetor de cárter, rádio, luz do porta-luvas, luzes de leitura internas e ponteira de escape cromada. O preço será o mesmo: R$ 69.990.
É possível instalar todos estes itens nas concessionárias, mas por valores que assustam. O tampão, por exemplo, custa R$ 826,72, mas é mais barato que o protetor de cárter de R$ 923,93 ou que o rádio de R$ 4.361,64. Ter todos os itens elevaria a conta em 6.966,79.
A Honda, por sua vez, jogou com as regras na mão. O Fit Personal, dedicado ao público PcD, custa R$ 68.700 e tem rodas de aço aro 15 sem calotas, quatro alto-falantes, comandos de áudio no volante e até câmera de ré.
Mas não tem o rádio. Isso é rescolvido com um pacote de acessórios com rodas de liga leve aro 15 e rádio com Bluetooth e tela de LCD instalados nas concessionárias por R$ 5.233. O total passa dos R$ 70.000, mas acessórios não são contabilizados para os descontos.