Dirigir o Toyota Mirai, o primeiro automóvel movido a hidrogênio produzido em escala comercial, não é muito diferente de dirigir um modelo elétrico como os que já rodam pelo mundo, como o BMW i3 ou o Tesla S. O Mirai também é elétrico – a diferença é que, no lugar de um gerador e baterias, ele tem o que se chama de célula de combustível, um dispositivo que converte átomos de hidrogênio e de oxigênio em água, produzindo energia durante o processo.
As diferenças que existem entre o Mirai e outros elétricos está basicamente em suas características particulares, como peso, medidas dos pneus e calibragem dos sistemas de direção, suspensão, freios. Nós dirigimos o Mirai na pista da Toyota, no Japão, e gostamos da experiência. O Mirai é bem assentado, obediente e rápido. Seu motor elétrico gera 150 cv de potência e nada menos que 34,5 mkgf de torque imediatos. Segundo a fábrica, ele acelera de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e pode atingir 178 km/h. Boas marcas.
Com dois tanques de combustível (de 60 e 62,4 litros), sua autonomia é de 500 km, de acordo com a Toyota (que não especificou as condições de rodagem). Os reservatórios ficam sob os bancos. Na cabine há vaga para quatro adultos e, no porta-malas, cabem 371 litros de bagagem.
A célula de combustível é uma invenção bem antiga. Data do final do século XIX. Seu uso industrial só começou nos anos 1960, durante os programas espaciais da Nasa. A aplicação experimental em automóveis é mais recente: os primeiros protótipos são dos anos 1990.
Como toda nova tecnologia, atualmente, as células são caras, assim como o combustível. O hidrogênio é o elemento químico mais abundante na natureza, mas para obtê-lo é necessário retirá-lo das substâncias em que ele entra na composição – como a água e os combustíveis fósseis. Além disso, para a célula de hidrogênio se tornar comercial é necessário construir uma infra-estrutura para produção, transporte, armazenagem e venda.
A célula de combustível tem como vantagens a geração de energia limpa, uma vez que não há emissão de CO2 durante o uso, e a eficiência: cerca de 80% da energia consumida é convertida em trabalho mecânico, enquanto um motor de combustão interna fica nos 30%.
A Toyota acredita que, assim como ocorreu com o híbrido Prius, que está há 11 anos no mercado, ainda leva um tempo para o Mirai se popularizar. Mas que esse é um caminho sem volta.
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