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Clássicos: Simca 1000, um pequeno gigante francês

Criado em parceria com a Fiat, o Simca 1000 evoluiu de um carro econômico para um dos mais memoráveis esportivos

Por Felipe Bitu
Atualizado em 9 jan 2018, 17h20 - Publicado em 6 dez 2017, 20h35
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  • O Simca 1000 deu origem à célebre versão Rallye em 1970
    O Simca 1000 deu origem à célebre versão Rallye em 1970 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Fundada pela Fiat em 1935, a Simca (Société Industrielle Mécanique et Carrosserie Automobile) vivia um ótimo momento no final dos anos 50. A empresa comandada por Henri Pigozzi era o segundo maior fabricante francês e estava disposta a aumentar a participação no mercado com um modelo popular todo novo: o Simca 1000.

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    A relação de Pigozzi com a família Agnelli deu acesso à engenharia da Fiat, que ajudou no desenvolvimento. Lançado no Salão de Paris de 1961, o 1000 mantinha motor e tração traseiros do Fiat 600. O estilo era assinado por Mario Revelli di Beaumont e Mario Boano.

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    O Simca tinha 4 portas e comportava 4 lugares
    O Simca tinha quatro portas e comportava quatro pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    É dessa fase o carro das fotos, um modelo 1962 que pertence aos colecionadores Moisés e Júnior Almeida. Moderno, o motor de quatro cilindros e 944 cm3 exibia recursos incomuns, como cinco mancais de apoio para o virabrequim e cabeçote com fluxo cruzado.

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    Projetado para trabalhar em alto giro sem esforço, tinha torque e potência bem distribuídos (7,5 mkgf a 2.750 rpm e 45 cv a 5.000 rpm) e impulsionava os 711 kg através de um câmbio de quatro marchas.

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    Fazia 13 km/l, evitando a sobretaxa imposta pelo governo francês a automóveis de consumo elevado. Ia de 0 a 96 km/h em 26,6 s, com máxima de 115 km/h. A direção era imprecisa, mas tinha suspensão independente nas quatro rodas e freios superdimensionados. Era arisco e divertido: a concentração de peso no eixo traseiro o tornava sobresterçante.

    Ia de 0 a 96 Km/h em 26,6 segundos
    Ia de 0 a 96 Km/h em 26,6 segundos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O 1000 conquistou logo seu espaço no mercado. Era muito superior a Citroën Ami e Renault Dauphine e foi capaz de conter a concorrência de novos projetos como  Renault R8, Morris 1100 e Peugeot 204.

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    As quatro portas e o espaço interno faziam dele uma opção mais versátil que outros europeus como Fiat 850, VW Fusca, Ford Anglia, Hillman Imp e Opel Kadett. 

    Apesar de ter só 3,8 metros, levava quatro pessoas
    Apesar de ter só 3,8 metros, levava quatro pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o belo 1000 Coupé foi apresentado em 1962. No ano seguinte, os primeiros 1000 desembarcavam nos EUA e Canadá, importados pela Chrysler (acionista da Simca desde 1958). Nessa época, Carlo Abarth apresentava o Simca Abarth 1150, com cilindrada aumentada para 1,1 litro e potência variando de 55 a 85 cv.

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    Recebia freios a disco nas quatro rodas e sua versão mais potente era capaz de chegar a incríveis 170 km/h, sendo o principal rival do Renault R8 R1134, preparado por Amédée Gordini.

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    Ainda em 1963 eram lançadas a versão de entrada, 900 (com potência reduzida para 36 cv), e a topo de linha, 1000 GL (pintura metálica, cromados e acabamento mais luxuoso). Em 1966, surgiu o câmbio semiautomático de três marchas.

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    Motor, radiador e tanque sobre o eixo traseiro
    Motor, radiador e tanque sobre o eixo traseiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sob o controle da Chrysler, a Simca ampliou a garantia para dois anos ou 60.000 km na tentativa de manter o apelo do pequeno sedã. A concorrência com o novo modelo 1100 (primeiro Simca de tração dianteira) fez a produção anual despencar para menos de 100.000 unidades em 1968.

    A queda motivou uma reestilização em 1969. A dirigibilidade melhorou com um novo motor de 1.118 cm3, modificações nas suspensões e uma nova caixa de direção com pinhão e cremalheira.

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    As rodas cresceram de 12 para 13 polegadas, com pneus radiais e freios dianteiros a disco. A marca de 1 milhão de unidades produzidas foi alcançada em 1970.

    As malas viajavam na frente
    As malas viajavam na frente, em compartimento sem proteção ou isolantes (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    No mesmo ano, o 1000 ganhou a versão esportiva Rallye, caracterizada pelo capô preto fosco, rodas e faixas pretas e faróis de milha. Trazia ainda bancos concha, cinto de três pontos, volante de diâmetro reduzido e instrumentação completa com conta-giros, voltímetro e termômetro de óleo. Seu motor tinha 1.294 cm3, rendia 60 cv e o levava a 155 km/h.

    Chegava nos incríveis 170Km/h

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    O Rallye 2 foi lançado no Salão de Paris de 1972, com dois carburadores, que geravam 82 cv. Chegava a 170 km/h e tinha freios a disco nas quatro rodas. Foi sucedido pelo Rallye 3 em 1977, com 103 cv e 178 km/h de máxima.

    Agressivo, era um carro de pista homologado para as ruas. Por isso, tornou-se muito popular em corridas para carros de baixa cilindrada.

    Com o tempo, o 1000 foi superado por Fiat 127, Renault 5 e VW Polo. Faróis retangulares vieram em 1977, mas a produção acabou um ano depois: a Chrysler encerrou as atividades na Europa e entregou a fábrica de Poissy ao Grupo PSA.

    Mas ele foi um sucesso: em 17 anos, quase 2 milhões de unidades produzidas na França, Espanha, Colômbia e Marrocos.

    Ficha técnica – Simca 1000 1962

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