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Clássicos: AM3/AM4 foi destaque na segunda fase da Puma no país

Salvo da extinção por um empresário paranaense, o esportivo resistiu o quanto pôde à concorrência dos importados

Por Felipe Bitu
Atualizado em 1 fev 2019, 09h00 - Publicado em 1 fev 2019, 09h00
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  • Clássicos: AM3/AM4 foi destaque na segunda fase da Puma no país
    Último Puma com motor traseiro, o AM4 durou menos de um ano (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Puma foi um dos fabricantes nacionais de maior sucesso nas décadas de 60 e 70. Afetada pela recessão, a empresa fechou as portas e teve os direitos de produção transferidos à Alfa Metais em 1987.

    Dois anos depois, o empresário Níveo de Lima, de Curitiba, apresentou o AM3, cuja principal novidade era o motor VW AP de 1,6 litro, refrigerado a água.

    Evolução dos Puma P-018 e AM1/AM2 refrigerados a ar, o AM3 manteve a plataforma Volkswagen, modificada com um subchassi para suportar o novo motor.

    A refrigeração era favorecida por tomadas de ar nas laterais, que direcionavam o fluxo para o enorme radiador do VW Santana.

    Automóvel AM4, da Puma, 1993.
    Lanternas do Monza Classic e painel traseiro com falsas saídas de ar (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Além dos 10 cm a mais no balanço traseiro, a alteração de estilo mais significante foi a adoção das lanternas fumês do Chevrolet Monza Classic. A refrigeração era reforçada por uma saída de ar quente na tampa do motor.

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    As maçanetas das portas vinham de outro modelo da GM: o Opala.

    O interior continuava o mesmo: razoável para dois adultos. O espaço atrás dos bancos era o único local possível para acomodar a bagagem, em função do novo tanque de combustível dianteiro de 45 litros.

    Agradava pela opção do ar-condicionado e por itens como volante Panther e bancos Recaro.

    Automóvel AM4, da Puma, 1993.
    O AM4 recebeu novo instrumento: termômetro de água (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O déjà-vu dianteiro ratificava a hegemonia da escola italiana de desenho, com capô baixo, faróis inseridos nos para-lamas e para-choque quase reto.

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    Era uma atualização muito feliz de um estilo com mais de 20 anos, com curvas suavizadas. Ao contrário do P-018, as rodas tinham sempre o mesmo diâmetro: 14 polegadas.

    Referência na época, o motor AP-600 acrescentava 24 cv na versão a gasolina e 34 cv na configuração a álcool. O problema era o limitado velho câmbio Volkswagen de apenas quatro marchas, com escalonamento inadequado para um esportivo.

    Pesando 235 kg a mais que o antecessor GTE, o AM3 acelerou no nosso teste de 0 a 100 km/h em 14,1 segundos, com máxima de 158,9 km/h.

    Automóvel AM4, da Puma, 1993.
    No volante, a marca da fera (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ironia do destino ou não, o fato é que era um esportivo econômico: fez 10,61 km/l na cidade e 15,22 km/l na estrada, vazio.

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    Maior, mais pesado e com o centro de gravidade mais elevado, o novo motor também comprometeu o equilíbrio do veículo em dias de chuva: nada menos que 71% estava concentrado sobre o eixo traseiro.

    Mesmo com suas limitações dinâmicas, o AM3 era um esportivo divertido: sua direção era leve e precisa e os eficientes freios paravam o carro em espaços curtos.

    O Puma paranaense não era tão equilibrado quanto o mineiro Farus Beta (com motor central-traseiro), mas superava o gaúcho Miura Top Sport de tração dianteira. O conversível mantinha o nome AM3.

    Automóvel AM4, da Puma, 1993.
    Conta-giros vai sem esforço a 6.000 rpm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O último suspiro do felino foi em 1992: denominado AM4, recebeu o motor VW AP de 1,8 litro do Santana.

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    Os destaques eram aerofólio traseiro, tomadas de ar redimensionadas com aletas na cor da carroceria, radiador com duas ventoinhas, novas rodas de liga leve e acionamento elétrico dos vidros e espelhos retrovisores.

    Já prejudicada pela briga com os importados, a Alfa Metais sofreu um golpe em 1993, com a morte de Níveo de Lima num acidente de carro – o exemplar das fotos integra o acervo de um colecionador paulistano e é uma das últimas unidades feitas naquele fatídico ano.

    A memória dos Puma AM é preservada por clubes e fãs como o tricampeão Nelson Piquet, que tem um exemplar modificado.

    Automóvel AM4, da Puma, 1993.
    O popular motor VW AP de 1,6 litro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Como na lenda folclórica da onça maneta, o legado da Puma ainda resiste: a Sociedade de Automóveis Mesgaferre Ltda. tem planos adiantados para fabricar o GT 2.4 Lumimari.

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    TESTE
    Maio de 1989

    Aceleração: 0 a 100 km/h: 14,10 s

    Velocidade máxima: 158,9 km/h

    Consumo: 10,61 km/l (urbano) e 15,22 km/l (rodoviário)

    Preço: Cz$ 26.000 (abr/89
    Atualizado:  R$ 180.100 (INP-C/IBGE)

    FICHA TÉCNICA
    Puma AM4 1993

    Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.596 cm3, comando de válvulas no cabeçote, alimentação por carburador de corpo duplo; 90 cv a 5.600 rpm; 13,5 mkgf a 2.600 rpm
    Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
    Dimensões: comprimento, 410 cm; largura, 165 cm; altura, 120 cm; entre-eixos, 215 cm; peso, 905 kg

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