Quando se fala em carona no Brasil, o assunto costuma envolver pessoas que se conhecem. Mas essa prática entre desconhecidos ganhará um novo impulso em 2014. Em fevereiro entra em operação o Zaznu (https://zaznu.co), um aplicativo para smartphone no qual os interessados informam um destino e, se houver um motorista cadastrado por perto (e disposto a dar a carona), é feita a confirmação da viagem. O caronista faz um pagamento virtual e o valor é transferido ao proprietário do automóvel pela Zaznu. Tecnicamente, os pagamentos serão feitos por meio de “doação”, já que é ilegal no Brasil cobrar pelo serviço – que é regulado.
Conhecido nos Estados Unidos e na Europa, o app Uber vai além da camaradagem: a ideia é transformar a carona em um negócio mesmo. O serviço que começou com a administração de uma frota de carros executivos cresceu e expandiu para o compartilhamento de viagens pagas.
Motoristas podem oferecer carona a terceiros, engrossando a renda com seus carros particulares. A ideia permite que as corridas fiquem até 40% mais baratas, mas a estrutura ficou tão significativa que está desagradando aos profissionais. Em janeiro, taxistas franceses protestaram em Paris e até atacaram usuários do Uber.
Nos Estados Unidos, associações trabalhistas tentam proibir o uso do app, alegando que ele gera concorrência desleal com o serviço de táxi, além de colocar o público em risco – já que os carros não são fiscalizados. Em Toronto, no Canadá, a Uber foi processada por infringir 25 regras municipais.
As discussões ao redor do mundo ainda são incipientes, mas tendem a esquentar. Em 2013, mais de 1 milhão de corridas foram feitas pela Uber, de acordo com a empresa. No Brasil, além de enfrentar o lobby de sindicatos e organizações, ele terá de lidar com assaltos e a conhecida violência urbana. A briga aqui ainda nem começou.