Antes queridinho da indústria automotiva, Carlos Ghosn foi do Céu ao Inferno em 2018, quando autoridades japonesas acusaram-no de crimes financeiros e prederam-no. Agora Ghosn quer o troco, e está processando a Nissan em mais de US$ 1 bilhão.
A informação é do Auto News. Segundo o site, o executivo nascido no Brasil pede US$ 588 milhões em indenização por perdas ligadas ao processo e mais US$ 500 milhões em medidas punitivas. Desse modo, o pedido chegaria ao equivalente a impressionantes R$ 5,23 bilhões.
“As acusações sérias e sensíveis feitas a Ghosn permanecerão na mente das pessoas por anos”, disseram seus advogados na petição. “Ele sofrerá com eles pelo resto de sua vida, pois têm impactos persistentes e duradouros, mesmo que baseados em mera suspeita”, completaram.
Entenda o caso
Nascido em Rondônia em 1954, Carlos Ghosn ganhou fama além do meio automotivo por seu papel como CEO da Renault, incluindo a aliança entre a francesa e as japonesas Nissan e Mitsubishi.
Apesar de aclamado por medidas que levaram à saúde financeira da aliança, Ghosn caiu em desgraça quando, em 2018, foi preso no Japão e levado a prisão domiciliar. Acusado de crimes contábeis, o executivo sempre tratou a ação como uma vingança, possivelmente ligada à tentativa de tirar a Nissan do comando nipônico.
O caso, entretanto, atingiu outra magnitude quando Carlos Ghosn fugiu do país em um plano à la Hollywood, contratando uma equipe de agentes que levaram-no a um jato particular escondido em uma caixa de instrumento musical. O avião decolou para a Turquia e, de lá, Ghosn foi para o Líbano, onde vive até hoje, sem risco de ser extraditado.
No país asiático, o fugitivo goza de bastante prestígio. Tanto que, além de já ter se encontrado publicamente com o presidente, também já foi cotado para concorrer ao mais cargo político local, a própria presidência.