A nova geração do Citroën C3 Aircross estreou primeiro na Índia e no Brasil, mas a versão europeia, lançada agora, tem diferenças que vão além dos motores, equipamentos e do padrão de acabamento.
Ainda que a proposta de oferecer muito espaço por um preço abaixo da média dos SUVs compactos seja a mesma, o novo Aircross europeu praticamente só tem parte da lataria em comum com o modelo brasileiro. Para-choques, faróis, lanternas (de led), capô e tampa do porta-malas são diferentes, assim como toda a cabine.
Na verdade, o Aircross só repete o painel e acabamento das portas do C3 europeu. É um painel com o quadro de instrumentos digital posicionado próximo ao para-brisa e com central multimídia flutuante que integra os comandos do ar-condicionado digital. O volante de dois raios ainda tem comandos para o piloto automático, indisponível no Brasil.
Bancos também mudam, mas a versão com cinco lugares continua com mais espaço na segunda fileira do que a versão de sete lugares. O carro europeu continua sem ajuste longitudinal para a segunda fileira, que rebate para franquear o acesso aos dois assentos extras acomodados no porta-malas de forma diferente.
O Citroën Aircross vendido na Europa não tem bancos removíveis na terceira fila. Na verdade, rebatem e se acomodam no fundo do porta-malas, como acontecia no passado com a Chevrolet Zafira. Basta rebater o encosto, que é fixado em uma estrutura metálica nas laterais do porta-malas. Desta forma, perde-se parte do espaço do porta-malas: são 330 litros com cinco lugares (contra 493 no carro brasileiro) ou os mesmos 40 litros com todos os assentos armados.
Outra diferença é que o Aircross não tem ventilador de teto para melhorar o conforto térmico de quem sentar-se na terceira fila. De acordo com a Citroën, há, na verdade, saídas de ar-condicionado dedicadas para a terceira fileira, junto com apoios de braços laterais, porta-copos e tomada USB. O espaço ali ainda é restrito, mas a fabricante francesa garante que é suficiente para 93% dos proprietários se SUVs compactos na Europa, que percorrerem menos de 80 km por dia.
Gasolina, híbrido e elétrico
Se no Brasil o C3 Aircross usa sempre o motor 1.0 GSE turbo, com 130 cv, 20,4 kgfm e câmbio automático CVT, a versão remodelada vendida na Europa tem três mecânicas distintas e mesmo o motor a combustão é diferente.
Vendido a 19.400 euros na França (R$ 113.164 no câmbio atual) o Aircross básico usa o motor 1.2 PureTech turbo de 100 cv e câmbio manual de seis marchas. Acima dele está a versão híbrida leve (MHEV+, pois o motor elétrico pode mover o carro sozinho), com o motor 1.2 de 136 cv combinado a um elétrico de 48V e 28 cv integrado ao câmbio de dupla embreagem com seis marchas. Este parte dos 25.500 euros (R$ 148.700).
Ainda existe o e-C3 Aircross, elétrico, com motor de 113 cv e bateria LFP de 44 kWh, que permite uma autonomia de até 300 km no padrão de medição europeu. A velocidade máxima é de 145 km/h. Seu preço inicial é de 27.400 euros (R$ 160.000).
É bem verdade que o Citroën C3 Aircross brasileiro, que parte dos R$ 99.990, é mais barato e tem central multimídia de série. O modelo europeu básico (You) não tem, só um suporte para celular, mas todas as versões têm seis airbags, frenagem autônoma de emergência, aviso ativo de saída de faixa, alerta de atenção do condutor, piloto automático com limitador de velocidade, reconhecimento de placas, sensores de estacionamento traseiros e faróis de led com acendimento automático.
A segunda versão, Max, é que inclui a central multimídia, as rodas aro 17 diamantadas, teto bicolor, carregador sem fio para smartphones, monitor de pontos cegos, espelho eletrocrômico e opção de sete lugares – com a mecânica híbrida. É o único SUV compacto da Europa com sete lugares.