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Buick Riviera

Ícone do design, ele iniciou a carreira de 35 anos conciliando luxo e desempenho

Por Felipe Bitu | Foto: Marco de Bari
Atualizado em 16 jan 2019, 14h51 - Publicado em 23 abr 2013, 11h50
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    Criado dentro de uma autorizada Buick, não demoraria muito para que o célebre designer Bill Mitchell mostrasse seu talento: foi admitido na GM aos 23 anos e, em 1958, sucedeu Harley Earl como chefe de estilo.Talentoso, em menos de cinco anos ele apresentaria um de seus mais memoráveis trabalhos: sintetizando o conceito de “luxo pessoal”, o Buick Riviera 1963 nasceu para disputar com o Ford Thunderbird a preferência do público, que desejava um cupê hardtop com conforto de sedã e arrojo de esportivo. Grande (5,28 metros), largo (1,93) e baixo (1,34), foi logo reconhecido como um ícone do desenho automotivo, recebendo elogios até de Sergio Pininfarina.

    Com entre-eixos de 2,97 metros, não faltavam espaço e conforto para quatro ocupantes. Com 1 813 kg, ele rodava com desenvoltura graças aos V8 Nailhead 6.6 (325 cv SAE) ou 7.0 (340 cv). Mesmo com o limitado câmbio automático de duas marchas, ia a 100 km/h em 8 segundos. A direção hidráulica era de série, assim como bancos elétricos, e logo

    incorporou avanços, como piloto automático e câmbio de três marchas. Em 1965 os faróis se deslocaram para as extremidades, como no desenho original de Mitchell, ocultos por capas de acionamento a vácuo. Ainda maior e mais larga, a segunda geração estreava em 1966, com o teto tipo fastback. Os faróis ficavam ocultos pelo capô e dois bancos inteiriços elevavam a capacidade para seis pessoas. Logo ganhou freios dianteiros a disco, painel acolchoado e direção hidráulica progressiva. Em 1970, adotava o enormeV8 Buick 7.4 de 370 cv.

    Ainda mais impactante foi a terceira geração, de 1971, com a traseira em forma de barco (boattail). O polêmico projeto de Mitchell assustou pela ousadia e as vendas caíram, assim como a potência dos V8, para queimar a nova gasolina sem chumbo. É dessa geração o Riviera 1973 do colecionador Daniel Fernandez. “Ele reúne o conforto e prestígio de um Cadillac com o desempenho de um muscle car. É impressionante a força do motor e a suavidade da transmissão nas trocas de marcha”, diz. Em 1974, a quarta geração ganhava peso e perdia potência e, um ano depois, adotava faróis retangulares pela primeira vez, permanecendo assim até 1977, quando ficou menor e mais feio: a quinta geração lutava contra a alta do petróleo com motores menores, mantendo o bom desempenho só pela redução de 300 kg no peso.

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    Heresia para muitos, a tração dianteira deu as caras em 1979: menor, a sexta geração resgatava a elegância e harmonia perdidas em 1974. O conversível veio em 1982 e o Riviera bateu recordes de vendas em 1984 e 1985, mas perdeu o rumo no ano seguinte. A sétima geração deu adeus aos V8 e apelou para o estilo europeu. As vendas caíram 60%, situação revertida em 1989 com uma reestilização que o deixou 28 cm maior. A produção se encerrou na linha 1993, para retornar em 1995 como um dos melhores carros americanos da época: detalhes ovais pela carroceria conferiam personalidade ao cupê de seis lugares. O Riviera se despediu em definitivo em 1998, mas até hoje se ouvem rumores do retorno de um dos maiores clássicos da GM.

    MÃO INGLESA

    O Riviera original foi inspirado num Rolls-Royce alterado. O desenho, disputado por todas as divisões da GM, menos a Cadillac, ficou com a Buick, para ajudar a recuperar vendas.

    FICHA TÉCNICA
    Motor 8 cilindros em V de 7,4 litros
    Potência 250 cv a 4000 rpm
    Torque 51,8 mkgf a 2800 rpm
    Câmbio automático de 3 marchas
    Carroceria fechada, 2 portas, 6 lugares
    Dimensões comprimento, 567 cm; largura, 203 cm; altura, 137 cm; entre-eixos, 301 cm
    Peso 2035 kg
    0 a 100 km/h em 9,6 segundos
    Velocidade máxima 203 km/h
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