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Brasil precisa de etanol e não de carro elétrico, diz CEO da Stellantis

Carlos Tavares ainda afirmou que esteve em contato com cientistas brasileiros e que, mesmo assim, é inevitável não trazer elétricos para o país

Por Eduardo Passos
23 fev 2023, 19h46

CEO da Stellantis, o conglomerado que reúne marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, o português Carlos Tavares não fez questão de panos quentes: o consumidor brasileiro não precisa de carros elétricos, mas de etanol, afirmou nesta semana.

A declaração, reportada pelo Valor Econômico, foi dada em uma coletiva com jornalistas do mundo todo, no evento de divulgação dos resultados financeiros do grupo. A resposta foi dada após Tavares ser questionado sobre os impostos que incidem sobre carros elétricos no Brasil.

“Por que, então, as pessoas levariam carros elétricos para o Brasil? (…) o elétrico não faz sentido se comparado com o carro que pode rodar com 100% de etanol”, afirmou.

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Carlos Tavares (ao centro) em visita ao Brasil no ano passado
Carlos Tavares (ao centro) em visita ao Brasil no ano passado (Leo Lara/Stellantis)

A fala do CEO está alinhada ao que disse recentemente Antonio Filosa, o diretor operacional da Stellantis na América do Sul. “O Brasil tem hoje, por equivalência, a maior frota elétrica do mundo”, pontuou Filosa citando a captura de carbono promovida pelo plantio de cana, em apresentação com a presença de QUATRO RODAS.

Carlos Tavares, segundo o relato do Valor, se mostrou bem pragmático ao analisar os veículos elétricos. De acordo com o português, o elétrico não é melhor sob a perspectiva de emissões (o que, de fato, vem sendo corroborado por alguns estudos), ao mesmo tempo que é bem mais caro que modelos puramente a álcool.

eletrificação stellantis
Plano prévio de eletrificação da Stellantis com base no etanol (Reprodução/Stellantis)

Por outro lado, é inegável que a propulsão elétrica está relacionada, também, à ideia de carro moderno e atualizado. É algo que os modelos a 100% a etanol que a Stellantis pretende lançar jamais igualarão e, nesse caso, a solução é vender EVs também.

“Isso pode ser um nicho de mercado. Não pretendo deixá-lo para meu concorrente, então estarei lá também”. Levemente provocante, o executivo não quis detalhar lançamentos para o mercado brasileiro, mas deixou claro: “vamos levar carros elétricos para o Brasil também para lutar contra as pessoas que pensam que podem desestabilizar o líder do mercado que somos. (…) Sejam bem-vindos à competição”

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Depois do Fiat 500e e do Peugeot e-2008 (foto), modelos elétricos da Stellantis no Brasil podem incluir uma versão elétrica do C3, já lançada no Índia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

É muito provável que vejamos um carro a etanol da Stellantis ainda em 2023, mesmo que protótipo. Mas não se surpreenda caso a fabricante escolha algum de seus modelos para lançar uma versão movida apenas a etanol, servindo de laboratório para seu projeto.

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A previsão para os próximos anos é ainda mais interessante, com a meta de adicionar a esses motores sistemas eletrificados e, em um futuro ideal, até mesmo a geração de hidrogênio a partir do altamente complexo processo de reforma a vapor.

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