A década de 70 foi importante para a BMW: foi nesse período que ela consolidou sua imagem, ganhou prestígio e consagrou a vocação esportiva conquistada nas pistas. A fúria dos motores de seis cilindros dos cupês CS e CSL era temida e respeitada também nas Autobahnen. Mas agora havia uma nova estrela no céu: a Mercedes-Benz criara um novo padrão para os cupês em 1971, com o SLC. Grande, pesado e com V8 de grandes cilindradas, ele oferecia o luxo, o requinte e a potência que o mercado americano exigia.
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Para conter o avanço de seu principal rival, a BMW precisava de um produto à altura: em 1976 ela lançava o 630CS e o 633CSi, os primeiros representantes da atual Série 6 (veja o texto à direita). Obra do designer Paul Bracq (que fez sua fama justamente na Mercedes), o modelo mantinha a configuração de 2+2 e a grande área envidraçada, com melhoria na segurança: a carroceria estava mais rígida e resistente. Sóbrio e imponente, ele abrigava duas evoluções do mítico motor M30, de 1968: o 630CS tinha um 3.0 de 185 cv e o 633CSi chegava aos 200 cv com um 3.2 que usava injeção Bosch L-Jetronic. Para os EUA havia apenas o 630CSi, com o 3.0 com injeção de 175 cv, para atender à rígida legislação ambiental.
Como em todo BMW, a tração era traseira, com câmbio manual de quatro marchas ou automático de três. O bom comportamento dinâmico era resultado da distribuição de peso de quase 50% em cada eixo e do acerto firme da suspensão. Em 1978, viria uma versão 3.5 de 218 cv, que atingia 230 km/h e ia a 100 km/h em 7,3 segundos.
O carro das fotos é um 635 CSi 1979, ano em que o ABS foi oferecido pela primeira vez. A saia sob o para-choque e o aerofólio são funcionais. Assim como os pneus 195/70 em rodas BBS aro 14 e a suspensão recalibrada, eles mantêm o cupê grudado ao solo, sem comprometer o conforto. “A tecnologia desse motor era tão avançada que ele permaneceu em produção até 1994. A transmissão invertida, com a primeira marcha fora do H, é outra herança das pistas”, diz o dono. “É um carro para longas viagens e tem ergonomia perfeita. O motorista ‘veste’ o cupê.”
O suprassumo do desempenho surgiria em 1983, com o M 635 CSi: ele usava o motor M88 do superesportivo M1, recalibrado para 286 cv, que levava o cupê a 255 km/h e aos 100 km/h em 6,1 segundos. Seu fôlego ainda duraria até 1989, quando o Série 6 se aposentou, deixando uma sensação de missão cumprida – a Mercedes que o diga.
Motor: | 6 cilindros em linha, 3,2 litros |
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Potência: | 197 cv a 5.500 rpm |
Câmbio: | manual de 5 marchas |
Carroceria: | cupê 2+2 |
Dimensões: | comprimento, 476 cm; largura, 173 cm; altura, 137 cm; entre-eixos, 263 cm; peso, 1.830 kg |
Desempenho: | velocidade máxima, 215 km/h |