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Carro por assinatura vale mais a pena do que comprar? Fizemos as contas

Carros por assinatura estão cada vez mais comuns e essa modalidade pode ser vantajosa, mas pagar pelo uso não é interessante para todos

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 jan 2024, 14h10 - Publicado em 1 abr 2022, 07h00
Assinatura de veículos
As opções de aluguel são cada vez mais numerosas (Divulgação/Quatro Rodas)
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Você já deve ter ouvido falar que a posse de um carro envolve diversos custos que, na hora da compra, muitas vezes não são levados em conta, como valores mensais fixos e muito menos se calcula a desvalorização do veículo, entre outras despesas com estacionamento e manutenção programada e imprevista.

Isso, porém, já não passa tão despercebido para algumas pessoas, que têm procurado cada vez mais os chamados carros por assinatura. Trata-se de locação, porém por um período maior.

Como funciona o carro por assinatura?

A ideia é parecida com o aluguel de uma casa. Você faz um contrato geralmente de três anos pagando um valor por mês para usar o carro. A diferença é que, na casa, você paga água, luz e gás. E no carro por assinatura todas as despesas estão incluídas, exceto gasolina e pedágio.

Você fica livre de IPVA, manutenção, seguro e revisões. No fim do contrato, o modelo é devolvido e pode ser trocado por um zero-km, com reajuste.

Um levantamento realizado pela Similarweb, plataforma de inteligência de mercado, mostra crescimento no acesso aos serviços de aluguel online. De acordo com o estudo, as visitas a sites saltaram de 7,7 milhões, em abril e maio de 2020, para 12 milhões, no mesmo período de 2021,  um avanço de 56,5%.

Outro sinal de que esse serviço está em alta é que até as fábricas de automóveis entraram no mercado, entre elas Fiat, Ford, Jeep, Mitsubishi, Toyota, VW e até a Audi, entre as marcas de segmento premium. A pesquisa revela uma mudança de comportamento do consumidor, que ainda pode crescer muito no Brasil.

Aluguel de carro por assinatura vale a pena ?

Depende do perfil e da utilização do carro de cada cliente. QUATRO RODAS teve acesso, com exclusividade, a um estudo da Rico Investimentos no qual houve uma análise dos preços cobrados pelas principais locadoras do país.

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“O custo anual  de uma assinatura atualmente está em torno de um terço do valor do mesmo carro zero-km. Em outras palavras, um contrato de três anos de aluguel será aproximadamente o preço de comprar o carro na concessionária”, diz o analista de investimentos da corretora Rico, Antônio Sanches.

Diante dessa afirmação, é possível concluir que não vale a pena. Porém, considerando que cerca de 1/6 do valor do carro é gasto por ano com a posse dele, é necessário levar isso em consideração, uma vez que esse custo de propriedade está coberto pela assinatura.

Kwid Intense
Renault Kwid é um dos carros mais baratos para assinar no Brasil (Divulgação/Renault)

Além do custo da desvalorização. Em condições normais de mercado, bem diferente do que se vive agora, carros desvalorizam em média 11% por ano nos primeiros anos. Esse é um fator importante de levar em conta, já que, com a depreciação ao longo do tempo, você receberá de volta muito menos do que pagou na hora da revenda.

Para o bancário Rodrigo Freire, contratar um Jeep Compass com a empresa Flua!, o serviço de assinatura das marcas Fiat e Jeep, foi a melhor opção para as suas necessidades. “Eu precisava trocar de carro, pois minha esposa engravidou e nós tínhamos dois carros pequenos, um VW Golf TSI e um Hyundai HB20”, diz Freire.

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Ele optou por vender os dois carros e assinar o Compass, porque, ao fazer todas as contas, a nova modalidade era mais vantajosa. “Eu tinha em julho de 2021 o valor à vista para comprar o SUV (cerca de R$ 160.000), porém, com todos os custos de manutenção e de posse, pagar os R$ 3.300 mensais foi mais vantajoso levando em consideração que o valor que pagaria no carro foi investido e está rendendo”, conta.

O plano que Freire escolheu permite uma rodagem de até 500 km por mês, o que segundo ele é mais que suficiente para o seu estilo de vida atual. Freire diz que se adaptou tanto ao serviço que pretende renovar o contrato ao fim da vigência.

No caso dele, que tinha o valor do carro à vista, o aluguel foi mais interessante. Mas se o cliente estiver interessado em um carro mais acessível e possuir apenas um valor de entrada para o financiamento, será que ainda vale a pena?

Fiat Argo
Fiat Argo (Divulgação/Fiat)
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Para o arquiteto Ramon Silva Lira a resposta é sim. Ele contratou um Fiat Argo 1.0 Drive da empresa Movida e não se arrepende. “No fim de 2020, queria comprar um Argo que na época custava uns R$ 55.000, porém eu tinha apenas R$ 6.000 de entrada e o valor da mensalidade do financiamento era de R$ 2.100 mais IPVA, manutenção, emplacamento e seguro”, diz Lira.

“Na locadora encontrei o mesmo modelo por R$ 1.250 mensais e com tudo incluso e pra mim valeu mais a pena”, conclui. Lira apenas salienta que sempre haverá um limite de quilometragem e, no caso da Movida, há uma multa de 15% sobre todo o valor das mensalidades a pagar em caso de desistência e portanto é bom ter certeza de que o negócio é mesmo vantajoso.

Para trazer maior clareza para quais perfis o carro por assinatura é um bom negócio, o analista de investimentos Sanches considerou quatro cenários (veja tabela). O menor custo é o de assinar um carro por três anos e investir o valor do carro em uma carteira de renda fixa que pague em torno de 12% ao ano pelos próximos três anos, o que é bem factível no cenário atual, segundo o analista.

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A pior opção fica com o financiamento, devido à alta taxa de juros, cerca de 3,16% ao mês. A conclusão é que alugar um carro custa menos que comprar esse mesmo modelo e revendê-lo após três anos.

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A assinatura pode ser um bom negócio, mas não para todos. Existem diferentes perfis de pessoas. Para alguns motoristas, a posse do carro vai além dos cálculos. Eles querem ter um carro para chamar de seu.

Nem que seja só para olhar para ele na garagem. Para eles a assinatura não funciona. Há os que trocam de carro todo ano, um prazer que custa caro. Para esses, se não se importarem em apenas usar o carro de uma empresa, a assinatura vai bem. 

Qual é o seu caso? Para ficar satisfeito com a escolha, é necessário refletir e fazer as contas.

Quanto custa um carro por assinatura?

Na tabela abaixo é possível comparar a diferença entre deixar o dinheiro rendendo e assinar um carro ou comprar um zero-km

Alugando um carro Alugando sem investir Comprando à vista Financiando (juros de 3,16% ao mês)
Custo 1º ano R$ 20.400 R$ 20.400 R$ 71.100* R$ 48.538
Custo 2º ano R$ 20.400 R$ 20.400 R$ 9.140 R$ 46.578
Custo 3º ano R$ 20.400 R$ 20.400 R$ 8.960 R$ 46.398
Ganho no Período R$ 24.295 R$ 47.526*** R$ 47.526***
Custo total R$ 36.904 R$ 61.200 R$ 41.674 R$ 93.990

*Valor da compra do carro, mais os custos do primeiro ano. **Valor da revenda

Agrupando todas as contas, o resultado final é que alugar um carro por três anos custa menos do que comprar um carro e revendê-lo após esse mesmo período. A pior opção fica com o financiamento, devido à alta taxa de juros trabalhada atualmente no mercado. Fonte Rico Investimentos

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