A BYD segue os trabalhos de instalação da fábrica de carros elétricos no Brasil, mas é possível que haja uma mudança significativa nos planos. A fabricante agora estuda o reaproveitamento da fábrica de motores de Campo Largo (PR), desativada em novembro de 2022 pela Stellantis.
Representantes da BYD foram à planta na região metropolitana de Curitiba (PR) a fim de conhecê-la melhor. Agora, o governo do estado entrou em jogo, bem disposto a mediar um acordo. Na semana passada, o presidente da BYD no Brasil, Tyler Li, foi recebido pelo vice-governador Darci Piana (PSD), juntos a uma comitiva que discutiu diversos aspectos técnicos desse investimento.
Segundo a Agência Estadual de Notícias do Paraná, o plano é aproveitar a fábrica que recentemente produzia motores 1.8 E-torQ para produzir controladores e motores elétricos. A agência não fala da fabricação dos carros em si, sugerindo que a antiga planta da Ford em Camaçari (BA) segue nos planos da BYD.
Também há o planejamento do governo baiano, que dá junho de 2023 como o mês em que a BYD deve começar os trabalhos na região metropolitana de Salvador; uma mudança para o Paraná nessa altura do campeonato certamente atrasaria bastante o cronograma. O governo baiano inclusive já havia marcado para o dezembro o anúncio oficial, que ainda não aconteceu.
Como deve ficar o esquema da BYD no Brasil? Falando apenas de automóveis, a gigante chinesa deve manter na Bahia a maior parte da produção. Isso inclui etapas de estruturação, pintura e montagem.
A parte de baterias deve ser o que irá para o Sul do país. Caso o acordo seja fechado, a BYD pode usar esquema parecido com o da BorgWarner em Piracicaba (SP): as baterias são importadas da China e ligadas à parte produzida no Brasil, que inclui inversores e sistemas de gerenciamento energético e térmico.
Ainda é difícil especular como seria feita a produção de motores. A proximidade da WEG, entretanto, pode oferecer facilidades logísticas. A Stellantis, interessada em se livrar da fábrica, também contribuiu com informações técnicas, que serão apresentadas à matriz da BYD, na China. Em fevereiro, técnicos virão da Ásia a fim de conhecer Campo Largo pessoalmente.
“Conhecemos o Paraná há muito tempo, temos um escritório aqui e temos grandes possibilidades de investir no Estado”, disse Tyler Li. “Em março daremos um feedback”.