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Mercedes SL 500: renovação carismática

Inovar, mas sem perder a identidade: eis o lema do Mercedes SL, que na quarta geração trouxe desempenho e grandes avanços

Por Felipe Bitu
Atualizado em 21 mar 2017, 12h22 - Publicado em 14 out 2016, 20h40
A quarta geração do Mercedes SL estreou em 1989
A quarta geração do Mercedes SL estreou em 1989 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O lendário SL representa um enorme desafio para a Mercedes desde 1954. Foi assim com o 300 SL Roadster (W198) em 1963 e com os 230-280 SL (W113 “Pagoda”) em 1971. Após 18 anos, não poderia ser diferente com os 280-560 SL (R107). Honrando a tradição, o sucessor R129 tornou-se um clássico logo após a aparição no Salão de Genebra de 1989.

Obra do designer Bruno Sacco, o SL de quarta geração preservava elementos dos anteriores: capô longo, dois assentos e traseira curta.

A frente em cunha lhe conferia identidade própria, com a grade horizontal ostentando a estrela de três pontas, ladeada por faróis trapezoidais, piscas envolventes e lanternas traseiras piramidais. Era um desenho tão feliz que conquistou o importante prêmio Car Design Award em 1990.

Em 1998, viria esta reestilização, a última da linha
Em 1998, viria esta reestilização, a última da linha (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Plataforma e motores vinham do sedã W124: o 300 SL ia a 228 km/h e atingia 100 km/h em 9,3 segundos com o seis cilindros M103 (3.0, 12 V e 190 cv) ou 240 km/h e 8,4 segundos com o M104 (24 V e 228 cv). O top era o 500 SL, com o V8 M119 (5.0, 32 V e 322 cv): limitado a 250 km/h, precisava só de 6,2 segundos para chegar a 100 km/h.

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Como o anterior, o R129 trazia uma capota rígida removível, mas a principal inovação era a capota de lona de acionamento eletrônico: uma central gerenciava o sistema eletro-hidráulico de 17 sensores, 15 cilindros e 11 solenoides. A operação era concluída automaticamente em 30 segundos.

O acabamento é de madeira nobre
O acabamento é de madeira nobre (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Todo o sistema dependia de uma excepcional rigidez torcional: pesando 405 kg, o monobloco era só 20 kg mais pesado que o antecessor. Com portas integradas às soleiras, reforço do assoalho e tubos de aço de alta resistência nas colunas que apoiam o para-brisa, o SL excedia a exigência mínima para impactos laterais.

Havia até um santantônio que se armava automaticamente em 0,3 segundo ao menor sinal de capotamento. Os bancos elétricos eram projetados para absorver impactos laterais e os cintos de segurança traziam pré-tensionadores e ajuste de altura vinculado aos encostos de cabeça. O ABS era de série e o airbag duplo veio em 1991.

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O R129 era um grã-turismo para trafegar acima de 200 km/h. O comportamento vinha das suspensões (dianteira McPherson e traseira multilink) e da eletrônica: diferencial autoblocante, controle de tração e suspensão ADS. As rodas de 16 polegadas com pneus 225/55 escondiam enormes discos de freio, com pinças dianteiras de quatro pistões.

Sem rivais, era comparado a GTs alemães como BMW 850 e Porsche 928. Fora de casa, havia Aston Martin Virage Volante, Ferrari 348 TS, Jaguar XJ-S e Maserati Spyder Biturbo.

Mas a Mercedes subiu o degrau de sofisticação em 1992, com o 600 SL e seu V12 M120 (6.0 e 394 cv). Os números de desempenho eram quase os mesmos do 500 SL: a diferença era como o V12 entregava a potência. Muito suave, o 600 SL rodava perto do limite eletrônico de 250 km/h sem esforço aparente. Caríssimo, trazia suspensão ADS (hidráulica), piloto automático, lavadores nos faróis e ar automático.

Quadro de instrumentos é completíssimo
Quadro de instrumentos é completíssimo (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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Em 1993, a Mercedes alterava as nomenclaturas: o 500 SL virou SL 500 e o 300 SL sumiu, cedendo lugar aos SL 280 e SL 320. E surgia o SL 60, desenvolvido pela AMG: o V8 subia para 6.0 de 381 cv, com 0 a 100 em 5,6 segundos.

A leve reestilização de 1995 trouxe a injeção Bosch Motronic, o câmbio automático eletrônico de cinco marchas e faróis de xenônio. Um ano depois, vinha o controle de estabilidade e, em 1997, o auxiliar de frenagem BAS. O facelift de 1998 trazia os motores V6 e V8 com três válvulas por cilindro. O SL 500 acima, de um colecionador paulista, faz parte dessa última linhagem – traz até kit de rodas e apêndices aerodinâmicos da AMG.

Em julho de 2001, o R129 saía de linha após 204.940 carros em 12 anos. Só não vendeu mais que o R107 por ter sido fabricado num período menor.

O SL sempre foi sinônimo de requinte e esportividade
O SL sempre foi sinônimo de requinte e esportividade (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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Escândalo real

Em 1991, a princesa Diana, surpreendeu o mundo ao trocar o britânico Jaguar XJS por um alemão SL 500. O constrangimento à família real foi tão grande que o R129 foi devolvido no ano seguinte. Hoje ele está no Museu da Mercedes, em Stuttgart.

 

FICHA TÉCNICA – Mercedes-Benz SL 500 1999

Motor V8 de 5 litros; 315 cv a 5.700 rpm; 48,8 mkgf a 3.900 rpm
Câmbio autom. de 5 velocidades
Dimensões comprimento, 449 cm; largura, 181 cm; altura, 130 cm; entre-eixos, 251 cm; peso, 1.795 kg
Desempenho 0 a 100 km/h em 6,5 s; vel. máx., 250 km/h
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