Irmão do também extinto C3 Picasso, o Citroën Aircross foi um dos lançamentos mais aguardados na linha 2011 da Citroën. A receita do estepe na traseira, pneus de uso misto e decoração aventureira ainda seduz quem procura a praticidade de uma minivan e o apelo da maior altura do solo.
A versão mais valorizada de 2011 a 2015 é a topo de linha, Exclusive, que já trazia de série duplo airbag e freios ABS com EBD, piloto automático, três encostos de cabeça no banco traseiro, volante e bancos revestidos de couro, ar digital e som de seis alto-falantes.
Pesando cerca de 1.400 kg, o Aircross usa o velho e bom motor 1.6 16V de 113/110 cv. O câmbio manual de cinco marchas é o mesmo da linha C3, mas teve a relação final encurtada para melhorar sua agilidade, deixando a desejar só na estrada.
O câmbio automático passou a ser oferecido em 2011. Mas não se anime muito: a transmissão AT8 é quase a mesma AL4, limitada pelas quatro marchas e notória pela quantidade de problemas em carros com alta quilometragem.
A linha 2013 marcou o fim da versão básica, GL, e a adoção de airbags e ABS e EBD na versão GLX. O motor foi substituído pelo 1.6 VTI 120 Flex (122/115 cv) com sistema FlexStart, sem o tanquinho de gasolina. O comando de válvulas variável favoreceu tanto desempenho quanto consumo.
Destaque para as séries especiais, Atacama (2013) e Salomon (2014). A primeira traz aplique no para-choque dianteiro, barras transversais incorporadas às longitudinais do teto e estepe com capa personalizada. A segunda tem rodas aro 16 diamantadas, sistema de navegação MyWay e capa do estepe de couro sintético.
Mais discreto, o Citroën Aircross 2015 recebeu faróis com máscara negra e sensor de estacionamento de série desde a básica, Tendance (que substituiu a GLX).
O modelo 2016 ganhou frente reestilizada com luzes diurnas de led e perdeu o estepe externo nas versões de entrada, Start e Live, ambas com o motor 1.5 8V (93/89 cv). A direção passou a ser elétrica.
A versão de maior sucesso do Aircross 2016 é a topo de linha, Shine, com câmbio automático, ar digital, couro em volante e bancos, câmera de ré, piloto automático, sensores de faróis e chuva e o indispensável banco traseiro com três apoios de cabeça. Desde então, a melhor novidade do Aircross foi o câmbio automático de seis marchas no modelo 2018.
Já veterano, o Citroën Aircross seguiu à venda até 2020 sem grandes mudanças e como um carro muito procurado por locadoras, enquanto o consumidor comprava o C4 Cactus recém-lançado. Em 2023 seu nome retorna: o novo Citroën C3 Aircross é um SUV maior que o C4 Cactus, com opção de sete lugares e sempre com motor 1.0 Turbo de 130 cv.
Ainda assim, o velho Aircross ainda é uma boa alternativa para quem precisa de um automóvel espaçoso, adequado a ambientes urbanos e com mecânica simples e conhecida pela maioria das oficinas. Não apresenta problemas crônicos e sua boa aceitação no mercado faz dele um dos modelos mais consagrados da Citroën.
Defeitos e problemas do Citroën Aircross
Câmbio automático: A caixa AT8 utilizada até 2017 é notória pela fragilidade: avisos de erro no painel indicam boa parte dos problemas, evidenciados por trancos e retenção indevida de marchas. Em casos extremos, passa a operar travada em terceira marcha (modo de segurança). O fluido deve ser trocado a cada 80.000 km.
Freios: Verifique o estado geral de discos e pastilhas: carros com câmbio automático são conhecidos pelo desgaste elevado desses componentes. Mas são itens encontrados a preços acessíveis tanto em autorizadas quanto em lojas de autopeças.
Suspensão: É simples e até robusta, com exceção das bieletas: subdimensionadas, costumam apresentar folgas e barulhos em pouco tempo. Também vale a pena observar a integridade da suspensão dianteira: as bandejas são do tipo rebitado e não são vendidas separadamente.
Coxins: Excesso de vibração em marcha lenta com o carro parado e câmbio engatado pode ser causado pelo rompimento dos coxins, que funcionam como ponto de apoio para motor e câmbio. Também são peças baratas e de fácil substituição.
Recalls: Foram três, referentes a veículos fabricados de fevereiro de 2012 a dezembro de 2013. Envolvem flexíveis de freio, braços das suspensões dianteira e traseira e buchas dos braços das suspensões.
A voz do dono
- Nome: Luciano Kobal
- Idade: 41 anos
- Profissão: Engenheiro
- Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro: “Impressiona pela estabilidade, mesmo sendo um carro alto e com pneus para pisos ruins. É bonito, espaçoso, com ótimo acabamento e nível adequado de equipamentos: o desempenho é razoável com câmbio manual.”
O que eu odeio: “Está longe de ser econômico: o consumo urbano é de 5 km/l com etanol e 7,5 km/l com gasolina, com discreta melhora na estrada. Suspensão também deixa a desejar: precisou de cuidados já aos 45.000 km.”
Preços médio dos Citroën Aircross usados (Tabela KBB Brasil)
Modelo | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 |
GLX 1.6 16V MANUAL | R$ 34.515 |
R$ 37.880
|
R$ 39.857
|
R$ 45.440
|
– | – | – | – | – |
GLX 1.6 16V AUTOMÁTICO |
R$ 35.853
|
R$ 40.342
|
R$ 40.215
|
–
|
– | – | – | – | – |
START 1.5 8V MANUAL | – | – | – | – |
R$ 44.415
|
R$ 46.697
|
– | – | – |
START 1.6 16V MANUAL | – | – | – | – |
–
|
–
|
R$ 58.651
|
–
|
R$ 61.479
|
LIVE 1.6 16V AUTOMÁTICO | – | – | – | – |
R$ 52.592
|
R$ 55.670
|
R$ 72.151
|
R$ 72.151
|
R$ 79.741
|
FEEL 1.6 16V MANUAL | – | – | – | – |
R$ 50.210
|
R$ 51.231
|
– | – | – |
FEEL 1.6 16V AUTOMÁTICO | – | – | – | – |
R$ 53.120
|
R$ 54.124
|
58.903 | – | – |
EXCLUSIVE 1.6 16V MANUAL |
R$ 36.476
|
R$ 40.369
|
R$ 41.145
|
R$ 44.408
|
– | – | – | – | – |
EXCLUSIVE 1.6 16V AUTOMÁTICO |
R$ 37.455
|
R$ 41.635
|
R$ 43.145
|
R$ 45.939
|
– | – | – | – | – |
SHINE 1.6 16V AUTOMÁTICO | – | – | – | – |
R$ 54.864
|
R$ 58.078
|
R$ 68.261
|
R$ 68.261
|
–
|
*Valores em reais calculados pela KBB Brasil para a compra pelo particular
Preços das peças do Citroën Aircross
Peças | Original | Paralelo |
Para-choque dianteiro | R$ 1.297 | R$ 500 |
Farol completo (cada um) | R$ 1.570 | R$ 930 |
Disco de freio (par dianteiro) | R$ 568 | R$ 450 |
Pastilhas de freio (par dianteiro) | R$ 417 | R$ 310 |
Amortecedores (os quadros) | R$ 1.476 | R$ 1.390 |
Nós dissemos
Fevereiro de 2016: “Motorista e passageiros sentam-se em posição elevada e contam com generosa área envidraçada. O porta-malas é espaçoso (403 litros), comparável ao de um sedã de porte semelhante. Já a suspensão alta e os pneus de uso misto Pirelli Scorpion (195/55 R16) tornam o Citroën quase imune a valetas e imperfeições do asfalto.”
Pense também em um…
Chevrolet Spin Activ: Espaço é seu forte, oferece mais conforto para cinco passageiros e o porta-malas, de 710 litros, salta para 1.068 litros ao rebater o banco traseiro.
Sua agilidade também conta pontos: são 111/106 cv e 17,7/16,8 mkgf com etanol/gasolina no motor 1.8 16V flex, bem explorado pelo câmbio automático de seis marchas.