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Fiat Bravo é usado equipado mais barato que Mobi – até com motor 1.4 turbo

Reconhecido pela beleza, mas esquecido pelo mercado, ele vem recheado de equipamentos, motor e espaço por valores convidativos

Por Felipe Bitu
Atualizado em 13 ago 2023, 14h09 - Publicado em 12 ago 2023, 17h30
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Bravo T-Jet tem no visual uma de suas principais armas: faróis escurecidos e rodas aro 17 eram de série (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Sabia que por menos de R$ 50.000, pode-se comprar hoje um Fiat 1.8 2016 com mais espaço, potência e equipamentos? Esse carro é o Bravo, um hatch médio para quem busca design esportivo, mas prefere o conforto de uma tocada tranquila e suspensão macia, sem abrir mão de um ótimo acabamento.

Mais que isso: qualquer Bravo T-Jet, com motor 1.4 turbo, custa menos que um Fiat Mobi 0-km ou qualquer outro carro popular 1.0.

Apresentado na linha 2011, estreou em três versões. A Essence já traz tudo o que você precisa: airbags, ar, direção elétrica com regulagem de maciez, altura e profundidade, rodas de liga aro 16, farol de neblina com auxílio para curvas, freio a disco nas quatro rodas, piloto automático, som e banco do motorista com regulagem de altura.

Design envelheceu bem, e ainda agrada seis anos após o lançamento
Design envelheceu bem e agrada mesmo 12 anos após o lançamento (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O opcional mais importante era o ABS, mas havia câmbio automatizado Dualogic (com borboletas no volante), ar digital bizona, teto solar, Isofix, som com subwoofer, Bluetooth e GPS, sensores de farol, de chuva e de estacionamento (dianteiro e traseiro) e retrovisores com rebatimento elétrico.

Ar-condicionado digital e volante multifuncional são da versão Absolute
Ar-condicionado digital e volante multifuncional são da versão Absolute (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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O ABS de série só vinha na versão Absolute, que incluía o ar digital, sensor de ré, controle de estabilidade, volante de couro e roda aro 17. Entre os opcionais, Dualogic, teto, monitor de pressão dos pneus, couro e mais cinco airbags.

Materiais são simples, mas o acabamento é melhor que o do antecessor Stilo
Materiais são simples, mas o acabamento é melhor que o do antecessor Stilo (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ambas têm bom desempenho com o motor E.torQ 1.8 de 130/132 cv, mas a versão que mais bem explora o conjunto do Bravo é a T-Jet, com seu 1.4 Turbo a gasolina.

Os 152 cv podem parecer pouco, mas o torque de 21,1 mkgf salta para ótimos 23 mkgf ao se acionar a tecla OVB (overbooster), que também deixa o acelerador mais arisco e a direção mais pesada.

Atrás, saída de ar-condicionado e bom espaço
Atrás, saída de ar-condicionado e bom espaço (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Exclusivos do T-Jet são a suspensão 2 cm mais baixa, ESP, câmbio manual de seis marchas, faróis com máscara negra, escape duplo, pinça de freio vermelha e itens aerodinâmicos (saias laterais e aerofólio).

Fiat Bravo T-Jet
Motor 1.4 turbo de 152 cv e 23 mkgf, sempre associado a um câmbio manual de seis marchas, poderia ser melhor (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A linha 2013 ganhou o Dualogic Plus (um aprimoramento do câmbio anterior) e o teto solar de série no T-Jet. Logo depois viria o Sporting, de visual esportivo, suspensão do T-Jet e nível de equipamentos entre o Essence e o Absolute.

Em 2015, junto com um leve facelift, veio a versão BlackMotion, equipada com central multimídia Uconnect, ar digital, rodas aro 17 com desenho exclusivo, sensor de estacionamento traseiro, bancos de couro e piloto automático.

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Fiat Bravo
Fiat Bravo ganhou reestilização na linha 2016, reconhecível pelo logotipo no meio da tampa, novo para-choque e lanternas com bordas pretas. (Divulgação/Divulgação)

Os opcionais eram fartos e valem a procura: sete airbags, sensores de chuva e crepuscular, som hi-fi com subwoofer, retrovisores rebatíveis eletricamente e até teto solar elétrico Skydome.

O BlackMotion substituiu a intermediária Absolute, e foi a última a ser fabricada até janeiro de 2017, quando o Bravo parou de ser vendido por aqui – a produção já havia sido encerrada meses antes.

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Dianteira recebeu novo para-choque na linha 2016 (divulgação/Fiat)

Suas vendas sempre foram tímidas, vitimadas por uma assistência técnica criticada pelos donos. Mas a alta desvalorização quando novo e a baixa liquidez fazem dele hoje uma excelente opção para quem compra um seminovo.

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Fique de olho

Cuidado com carros cujo preço está muito abaixo do mercado, pois pode ser um Fiat Bravo que já apresentou uma série de apagões elétricos envolvendo falhas no motor, no câmbio, na assistência da direção e nos airbags.

Fiat BravMotor 1.8 E.torQ demora a crescer de giro, mas tem forçao Absolute 1.8 16V
Motor 1.8 E.torQ demora a crescer de giro, mas tem força (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Problemas do Fiat Bravo

Faróis e lanternas – Ele podem embaçar por condensação de vapor ou infiltração de água. O primeiro caso é considerado normal pelas autorizadas, enquanto o segundo exige a substituição por uma falha de vedação ou por trincas no corpo ou na lente. Lâmpadas fora de especificação podem agravar o problema.

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Câmbio Dualogic – Verifique se a transmissão apresenta falhas ou hesitações nos comandos. Mas os trancos são inerentes ao sistema e costumam ser suavizados com uma atualização no software pelas concessionárias.

Suspensão dianteira – É similar à do Stilo, conhecida por excesso de ruídos. Para identificá-los, basta rodar em pisos irregulares.

Teto solar – Não costuma apresentar problemas, mas vale checar se está funcionando corretamente, sem estalos, rangidos ou infiltrações de água. Ruídos estranhos podem indicar que o equipamento foi submetido a esforços exagerados, provocados pela abertura em altas velocidades.

Pistões – Fique atento para ruídos anormais nos primeiros motores E.torQ 1.8: os pistões podem se danificar quando se alterna o uso de gasolina e etanol. Em casos extremos, o pistão quebra dentro do clindro, exigindo retífica do bloco e substituição do cabeçote.

Em nossos testes, o Bravo T-Jet acelerou de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos
Em nossos testes, o Bravo T-Jet acelerou de 0 a 100 km/h em 9,5 segundos (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A voz do dono

“Apesar de desatualizado, seu desenho ainda chama muita atenção: o motor E.torQ 1.8 tem ótimo desempenho e casa bem com a suspensão, que proporciona estabilidade e conforto. O nível de equipamentos é excelente, mas o consumo de combustível poderia ser menor e o pós-venda deixa muito a desejar.” – Paulo Henrique Costa e Silva, 24 anos, advogado, São Paulo (SP).

O que eu adoro – “A direção elétrica é levíssima e a suspensão macia não compromete a dirigibilidade: o conforto é assegurado pelo nível de equipamentos e pelo desempenho do motor.” – Ana Carolina Leme, 33 anos, médica veterinária, Curitiba (PR).

O que eu odeio – “O consumo é alto e a frente raspa em valeta ou saída de garagem. Mas o problema maior são as panes elétricas intermitentes: a rede autorizada é incapaz de saná-las.” – Alan Marius Absalonsen Junior, 29 anos, estudante, Taubaté (SP).

Função Overboost aumentava a pressão do turbo, elevando o torque entre 2.000 e 4.000 rpm
Função Overboost aumentava a pressão do turbo, elevando o torque entre 2.000 e 4.000 rpm (Marco de Bari/Quatro Rodas)

NÓS DISSEMOS – Janeiro de 2011

“O Fiat Bravo tem qualidades, e entre elas destaca-se o design. (…) Internamente, o painel é interessante, com linhas refinadas e acabamento de boa qualidade. (…) Em relação à dirigibilidade, não desperta grandes emoções. Sua direção é leve demais, mesmo quando está no modo mais firme (há dois programas). E a suspensão, embora segure o carro nos deslocamentos laterais, é muito macia. (…) E o motor não ajuda, porque demora muito a responder, apesar do bom volume de torque (18,9 mkgf) e potência (132 cv).”

Preço médio dos Fiat Bravo usados (KBB)

Fiat Bravo 2011 2012 2013 2014 2016
Essence 1.8  MT R$ 32.350
R$ 36.500
R$ 37.500
R$ 40.500
R$ 49.900
Absolute 1.8 Dualogic
R$ 32.900
R$ 37.900
R$ 38.775
R$ 39.000
Sporting 1.8 MT
R$ 43.350
R$ 48.500
R$ 59.900
BlackMotion 1.8 Dualogic
R$ 52.000
T-Jet 1.4 Turbo MT
R$ 45.000
R$ 48.500
R$ 54.000
R$ 55.000
R$ 63.500

 

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