Quase tão parruda quanto uma S10 usada, a Chevrolet Trailblazer chegou no final de 2012 para satisfazer quem achava a Captiva urbana demais para um utilitário esportivo. O tradicional chassi de longarina, aliado à tração 4×4 com reduzida, trouxe a robustez para trafegar nas piores estradas.
Versões do Chevrolet Trailblazer
A versão de maior sucesso é a Trailblazer LTZ a diesel. Seu motor 2.8 turbodiesel tem 180 cv a 3.800 rpm e 47,9 mkgf a 2.000 rpm para levar com facilidade sete pessoas e toda sua bagagem. Agrada pela autonomia de 836 km, apesar do alto nível de ruído.
Para quem roda pouco, a LTZ a gasolina é melhor. Além de bem mais barata, seu V6 3.0 com comandos variáveis gera 239 cv a 6.600 rpm e 33,5 kgfm a 3.200 rpm. Apresenta um comportamento mais ágil e cativa pelo ronco esportivo, mas o consumo oscila de 4 a 8 km/l.
Ambas trazem freios ABS com EBD, controles de tração e estabilidade, ar digital, computador de bordo, piloto automático com comandos no volante, rodas de liga leve aro 18 com pneus 265/60 e sistema de som CD/MP3, Bluetooth e entradas auxiliares.
O acabamento interno apresenta plásticos de qualidade abaixo do aceitável, mas os bancos de couro claro garantem uma atmosfera sofisticada. A tração 4×4 é acionada por um botão giratório e a segurança é reforçada por airbags frontais e de cortina.
O modelo 2014 trouxe o motor 2.8 turbodiesel de segunda geração, reformulado para 200 cv a 3.600 rpm e 51,0 kgfm a 2.000 rpm. Outra novidade foram os airbags laterais e o sistema multimídia MyLink com tela de 7 polegadas e câmera de ré integrada.
Em 2015, foi a vez de o V6 receber injeção direta, fazendo a potência saltar para 277 cv e o torque para 35,7 kgfm. Atendendo às críticas de ruídos e desgaste de pneu, a suspensão dianteira foi recalibrada, a direção ficou mais direta e foi adotado um novo pacote de isolamento acústico.
Reestilizado, o modelo 2017 incorporou a nova identidade visual da GM, caracterizada por faróis com luzes diurnas.
Suspensão e freios receberam ajustes, a direção passou a ser elétrica e o MyLink agregou o serviço OnStar e as interfaces Android Auto e Apple CarPlay.
Mais rápido e econômico, o modelo 2018 recebeu o CPA (Centrifugal Pendulum Absorber), que reduz ruído e vibrações do conjunto motor/câmbio graças a contrapesos no conversor de torque. O motor V6 a gasolina deixou de ser oferecido em 2019.
O SUV mudou novamente para a linha 2021, quando recebeu visual renovado e com a grade dianteira idêntica ao da S10 High Country 2021. Na ocasião, também ganhou a central MyLink III, com tela de 8 polegadas e espelhamento sem fio tanto para Apple CarPlay quanto para Android Auto, além de conexão Wi-Fi 4G. O SUV continua sendo oferecido em versão única, a Premier, com sete lugares e motor turbodiesel.
Fuja da raríssima versão LT com motor 2.8 turbodiesel: ela perde a terceira fileira de bancos, o revestimento interno de couro, o ar-condicionado digital e o multimídia MyLink. A versão básica vem com rodas de 16 polegadas de aço estampado e câmbio manual de seis marchas.
Problemas e defeitos do Chevrolet Trailblazer
Tração 4×4: O sistema não tem diferencial central, indispensável no asfalto seco. Presença de limalha no óleo dos diferenciais é indício de mau uso do sistema. O nível do fluido na caixa de transferência deve ser verificado a cada três anos ou 80.000 km.
Motor: Baixo desempenho, marcha lenta irregular e consumo excessivo de óleo indicam anormalidade no funcionamento da válvula de recirculação dos gases (EGR). Há risco de danos na turbina e componentes do sistema de injeção mesmo a curto prazo.
Câmbio automático: Verificar nível do fluido e o funcionamento, que não deve apresentar trancos ou retenções desnecessárias. Mesmo sem a previsão de troca do fluido, vale a pena substituí-lo a cada 80.000 km.
Vibrações no volante: O empenamento dos discos de freio é comum e pode revelar a necessidade de troca. Se os discos forem novos, a vibração indica uma oscilação de média intensidade nas rodas dianteiras provocada pelo desgaste da suspensão.
Pneus : Sempre cheque-os antes da compra: um jogo de pneus novos de boa qualidade varia de R$ 3.600 a R$ 7.000 e pode ser um ótimo argumento na negociação.
Recalls: Foram quatro nos anos/modelos 2013 a 2016: cintos da terceira fileira de bancos, cabo da bateria, estrutura do encosto da segunda fila e airbags de cortina.
A voz do dono
- Nome: Antônio Marcos Vidal
- Idade: 58 anos
- Profissão: professor
- Cidade: Gonçalves (MG)
O que eu adoro
“A relação custo/benefício é das mais favoráveis: robustez de picape e sete lugares por um valor bem abaixo do da concorrência. O câmbio automático tem trocas suaves e o motor turbodiesel. oferece grande autonomia.”
O que eu odeio
“A suspensão dianteira sofreu alteração na geometria, o que provoca ruídos e desgaste acentuado dos pneus, mas foi reparada em garantia. O modelo 2017 perdeu os práticos porta-copos.”
Preço médio dos Chevrolet Trailblazer usados (tabela KBB Brasil)
Modelo | 2013 | 2014 | 2015 | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
Trailblazer LTZ 3.6 V6 | R$ 100.225 | R$ 106.384 | R$ 111.757 | R$ 120.340 | R$ 151.226 | R$ 153.360 | R$ 158.930 | – | – |
Trailblazer LTZ 2.8 TDI | R$ 122.026 | R$ 130.867 | R$ 133.241 | R$ 171.816 | R$ 169.471 | R$ 173.309 | R$ 185.611 | – | – |
Trailblazer Premier 3.6 V6 | – | – | – | – | – | – | – | R$ 174.300 | – |
Trailblazer Premier 2.8 TDI | – | – | – | – | – | – | R$ 204.350 | R$ 248.820 |
Preço das peças
Peças | Original | Paralelo |
Para-choque dianteiro | R$ 2.429 | R$ 1.390 |
Farol completo (cada um) | R$ 2.450 | R$ 1.800 |
Disco de freio (par dianteiro) | R$ 710 | R$ 400 |
Pastilhas de freio (par dianteiro) | R$ 1.990 | R$ 470 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1.816 | R$ 1.650 |
Nós dissemos
Dezembro de 2012: “Por ora a Trailblazer será vendida só na versão LTZ, com tração 4×4 e câmbio automático de seis marchas. O motor turbodiesel 2.8 de 180 cv vem da picape, mas um V6 3.6 a gasolina de 239 cv também pode ser adquirido. (…) A ideia é posicioná-la em um segmento de alto luxo, no patamar de Toyota SW4 e Mitsubishi Pajero Dakar.”
Pense também em um…
Toyota Hilux SW4 usado: Renovada em 2016, é um dos SUVs mais vendidos do país, com três opções de motores em duas versões. O 2.7 flex é exclusivo da versão SR, com tração só na traseira e opção de câmbio automático e sete lugares. A SRX é só automática e traz um V6 4.0 a gasolina (com sete lugares) ou 2.8 turbodiesel (com cinco ou sete lugares).