A Toyota não é uma grande entusiasta dos carros elétricos convencionais, movidos a baterias, mas parece que o projeto da Hilux elétrica está indo para frente. Em breve, ela começará a sua fase final de testes, que serão bem mais pesados do que um uso cotidiano.
Em parceria com a BHP, a Toyota vai iniciar os testes da Hilux BEV em Port Hedland, um dos maiores centros de minério de ferro do mundo, situado na Austrália Ocidental. Por lá, a picape vai ser usada durante um ano, começando no final de novembro, para o trabalho pesado.
O uso da Hilux elétrica na mineração veio bem a calhar para as duas partes. Para a Toyota, o objetivo é coletar dados e não filtrados para refinar a sua versão de produção, além de provar que uma picape elétrica é capaz de lidar com o trabalho pesado. Já para a BHP, o objetivo é diminuir as emissões de sua frota, uma vez que substituirá seus veículos a diesel pelos elétricos.
“Nossa ambição de eletrificar nossa frota de veículos leves e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em nossas operações depende da habilitação de tecnologia que só pode ser alcançada por meio de colaborações como essa, com fornecedores líderes como a Toyota. Com cerca de 5.000 veículos leves em nossas instalações em toda a Austrália, estamos ansiosos para colocar a Hilux elétrica a bateria à prova e ver o potencial que ela pode trazer, não apenas para reduzir o uso de diesel na mineração, mas também para todos os motoristas da HiLux”, disse Geraldine Slattery, presidente da BHP Austrália.
Os testes com a Hilux movida a baterias não vêm de agora. O primeiro protótipo foi apresentado em 2022, na Tailândia. Mas diferente deste, o modelo que será usado na Austrália ganhou algumas alterações específicas, como a carroceria de cabine dupla, para-choque dianteiro de impulsão com LEDs embutidos e uma barra de proteção robusta.
Porém, a montadora ainda faz questão de esconder as capacidades da sua picape. Mesmo com o modelo agora tendo uma aplicação no mundo real, a Toyota prefere não revelar nenhum detalhe sobre o seu trem de força. Logo, não sabemos nada sobre o seu alcance, potência ou capacidade de carga.
Apesar de não ser o maior exemplo de eletrificação, isso não significa que a Toyota não esteja planejando um futuro descarbonizado. Matthew Callachor, presidente e CEO da Toyota Austrália afirma que a “A Toyota há muito defende uma abordagem de vários caminhos para a descarbonização e, quando fazemos algo, queremos ter certeza de que fazemos certo”.
A eletrificação através de baterias não é o único projeto que a Toyota tem para a Hilux. Como já foi divulgado anteriormente, uma versão da picape movida a hidrogênio está em testes no Reino Unido. O projeto primeiro protótipo foi anunciado em 2023 e, neste ano, a montadora anunciou que está avaliando 10 unidades.
Sobre o modelo a hidrogênio, ainda pouco se sabe. Por outro lado, a Hilux elétrica vai estrear até o final de 2025, sendo lançada primeiramente na Tailândia e depois em outros mercados, como a Europa.