A Stellantis se movimentou e comprou 21% da fabricante de carros elétricos chinesa Leapmotor pelo equivalente a R$ 7,44 bilhões em outubro do ano passado. Ali surgiu a Leapmotor International, controlada pela Stellantis (tem 51% da empresa).
A nova empresa já é considerada por muitos a 15a marca do grupo Stellantis e pode ser estratégica nos planos do grupo de expandir as vendas de elétricos. Isso poderá incluir até mesmo a fabricação de modelos chineses na fábrica mais antiga da Fiat.
A fábrica em questão é a de Mirafiori, em Turim (Itália), fundada há 85 anos e que já produziu mais de 35 modelos de Fiat, Lancia, Alfa Romeo e Maserati. Em seu auge, produziu modelos como Topolino, 500, 600, 124, 127, 131, Panda, Punto e até o Uno.
Mirafiori também é a fábrica de automóveis mais antiga da Europa ainda em operação, mas os dois modelos que produz atualmente têm data de validade: o Maserati Levante sai de linha em março e seu substituto está previsto para 2027, e o Fiat 500e será substituído em 2026 por um novo modelo que ainda não tem fábrica confirmada.
Hoje, a unidade produz cerca de 95.000 carros por ano. Caso a produção dos Leapmotor na Itália se confirme, até 150.000 unidades de carros elétricos e baratos poderão ser construídos na fábrica de Mirafiori a partir de 2026 ou 2027.
Antes mesmo do acordo com a Leapmotor, a Stellantis já havia anunciado um investimento de quase R$ 1 bilhão na fábrica de Turim. O projeto deve ser concluído até 2025 e faz parte “de um plano que visa transformar as principais instalações da empresa em bases a favor da descarbonização”.
“Se tivermos a oportunidade, porque faz sentido do ponto de vista econômico fabricar os carros da Leapmotors na Itália, é claro que o faremos”, afirmou o CEO da Stellantis, Carlos Tavares. A Stellantis precisaria avaliar“sua competitividade em termos de custos e qualidade”.
Os carros fabricados em Mirafiori seriam vendidos por concessionárias de marcas da Stellantis na Europa e ajudariam a empresa a não pagar tarifas impostas aos elétricos chineses. Mas há um impasse: a investigação sobre subsídios governamentais injustos oferecidos às fabricantes chunesas, causando problemas para empresas locais. Atualmente o caso está sendo analisada pela Comissão Europeia.
Apesar de todo o planejamento futuro, o presente também deve ser tratado pelas empresas. Enquanto os modelos ainda não são fabricados na Itália, a Stellantis e a Leapmotor importarão carros chineses para a Europa. O primeiro será o Leapmotor C10, um SUV médio disponível em motorizações elétricas e híbridas plug-in.