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Primeiro Stellantis híbrido flex será feito na fábrica de Renegade e Toro

A Stellantis começou projeto que visa reduzir emissão de CO2 em 50% nas produções até 2038

Por Rafael Sommadossi
18 out 2023, 14h42
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  • A Stellantis já havia anunciado que terá três plataformas híbridas flex, chamadas Bio-Hybrid, no Brasil e uma elétrica. Agora, anunciou que os primeiros deles, com tecnologia nacional, serão fabricados no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, onde hoje são fabricados Fiat Toro, os Jeep Renegade, Compass e Commander, e a Ram Rampage.

    O lançamento do primeiro carro híbrido flex da Stellantis no Brasil está previsto para 2024. Todas as outras fábricas do grupo no Brasil, em Betim (MG) e em Porto Real (RJ) também terão carros com as tecnologias Bio-Hybrid, inclusive a partir de 2024. 

    As três plataformas Bio-Hybrid são baseadas em tecnologias diferentes, que oferecem diferentes combinações de motores térmicos e eletrificação na propulsão dos veículos. Isso permite que a Stellantis atenda a uma ampla gama de consumidores, tornando os sistemas híbridos mais acessíveis. No caso dos híbridos, o motor a combustão será sempre flex. 

    Fábrica da Stellantis em Goiana (PE)
    Fábrica da Stellantis em Goiana (PE) (Divulgação/Stellantis)

    O Software Center, sediado no Porto Digital, em Recife, é um ponto de referência na produção e exportação de software automotivo. Além disso, os laboratórios instalados no polo em colaboração com universidades do Nordeste, trabalham no desenvolvimento da eletrônica embarcada e conectividade dos veículos, com destaque para os Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista (ADAS), que são itulizações para a direção autônoma.

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    Essa expansão resultará em um aumento significativo na rede de fornecedores locais. Atualmente, a Stellantis conta com cerca de 38 fornecedores de componentes e sistemas nas proximidades do Polo de Goiana, número que deve crescer para 50 a curto prazo. À medida que a nova família de veículos híbridos e elétricos se desenvolve, a cadeia de suprimentos deverá contar com até 100 fornecedores em Pernambuco, produzindo componentes e soluções para a propulsão híbrida e elétrica, contribuindo assim para a descarbonização da mobilidade.

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    Como são as quatro plataformas eletrificadas da Stellantis no Brasil:

    Bio-Hybrid – Híbrido leve 12V (MHEV)

    BIO-HYBRID
    Em laranja, o motor-gerador de 12V. Na prática, um alternador mais robusto com 4 cv (Stellantis/Divulgação)

    Híbridos leves são aqueles que usam um mesmo motor-gerador para substituir o alternador e o motor de partida, ao mesmo tempo que pode gerar torque adicional ao motor a combustão. Esse reforço aumenta o desempenho e reduz o consumo em momentos críticos. A bateria tem cerca de 1 kWh de capacidade.

    A Stellantis acabou com a dúvida a respeito da robustez do sistema elétrico que usará no Brasil. Decidiu pelo sistema de 12V, com bateria de íons de lítio extra, que alimenta um motor-gerador de 4 cv. Por sua vez, esse motor aproveita a energia cinética das frenagens e desacelerações para repor a energia da bateria. A Fiat já usa sistema semelhante na Europa: no Panda (um irmão do Fiat Uno), tem aplicação com o motor 1.0 Firefly (aspirado) e câmbio manual de seis marchas.

    Bio-Hybrid e-DCT – Híbrido pleno (HEV)

    BIO-HYBRID
    Além do gerador, o câmbio e-DCT com motor elétrico integrado (Paulo Campo Grande/Quatro Rodas)

    Este conjunto já dois motores elétricos. O primeiro é o motor-gerador de 12V atuando em conjunto com o motor a combustão, como no híbrido leve. O outro motor elétrico, porém, tem 20 cv e trabalha com arquitetura 48V e vai dentro do câmbio automatizado de dupla embreagem chamado de e-DCT.

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    Pelas imagens e pela potência deste motor elétrico, trata-se do mesmo câmbio 7HDT300 usado nos Jeep Compass e Renegade E-Hybrid e também no Fiat 500X na Europa, mas combinado ao motor 1.5 GSE Turbo que trabalha em ciclo Miller e não existe no Brasil (pelo menos por enquanto).

    Magna Stellantis_7HDT300
    Câmbio e-DCT tem sete marchas e foi desenvolvido pela Magna. A intenção é nacionalizá-lo a longo prazo (Magna/Divulgação)

    É um câmbio de sete marchas fornecido pela Magna que permite que o motor elétrico atue sozinho em determinadas situações, como dando partida, durante manobras em marcha ré ou condução em marcha lenta, e também em congestionamentos usando o sistema “stop & go”. Outra particularidade dessa transmissão é que esse câmbio tem um sistema de arrefecimento independente e sob demanda para as embreagens e o motor elétrico, com um único circuito de óleo para resfriamento e lubrificação, o que o torna mais eficiente.

    Cabe a um sistema de gestão eletrônica coordenar a operação do motor turboflex e dos motores elétricos da forma mais eficiente possível. E também a gestão da regeneração para recarregar a bateria, que também tem aproximadamente 1 kWh.

    Bio-Hybrid Plug-in – Híbrido plug-in (PHEV)

    BIO-HYBRID
    Plataforma híbrida plug-in tem a mesma concepção do Compass 4XE (Paulo Campo Grande/Quatro Rodas)
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    Não é tão novidade, pois é um sistema que já existe no Brasil com o Compass 4XE. Mas no futuro será aplicado combinado com motor a combustão flex (provavelmente, o mesmo 1.3 turboflex).

    Usa uma bateria de lítio de 380V com aproximadamente 12 kWh de capacidade, que é recarregada pelo sistema de regeneração nas desacelerações, pelo motor térmico ou por recarga em tomadas ou carregadores.

    Seu motor elétrico mais robusto, porém, tem 60 cv e é montado no eixo traseiro, compondo a tração 4×4. Mas também pode impulsionar o carro sozinho por cerca de 45 km. Não causaria surpresa ser oferecido nos Compass e Renegade (como na Europa), mas seria interessante uma aplicação na Fiat Toro ou na Ram Rampage.

    BEV – Elétrico

    BIO-HYBRID
    Base elétrica segue a arquitetura CMP de origem Peugeot-Citroën (Paulo Campo Grande/Quatro Rodas)
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    A Stellantis também apresentou uma plataforma elétrica CMP, a mesma dos Peugeot e-208 e e-2008 vendidos no Brasil. Essa base deverá ser usada pelos próximos compactos do conglomerado e está preparada até mesmo para conjuntos puramente elétricos.

    Essa arquitetura usa bateria de 400V com pelo menos 45 kWh de capacidade recarregada por regeneração ou em carregadores. Ela será aplicada com motores elétricos com pelo menos 122 cv.

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