A venda de automóveis eletrificados no país ganhou um forte impulso nos últimos anos. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), se em 2018 foram apenas 3 970 unidades comercializadas, no ano passado esse número pulou para 49 245 unidades – uma fatia de 2,5% do mercado de veículos leves.
O grande salto dos eletrificados aconteceu em 2019: dentre as muitas novidades da 12ª geração do Corolla, produzida na fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP), estava a versão híbrida flex (também oferecida no Corolla Cross desde o seu lançamento, em 2021).
O primeiro automóvel híbrido flex do mundo foi desenvolvido em conjunto pela engenharia da Toyota no Brasil e no Japão e deu o pontapé para uma nova era. Desde então, as vendas das versões eletrificadas do Corolla vêm crescendo ano após ano.
Em 2022, o Corolla Cross foi o líder disparado na tabela de vendas dos modelos eletrificados no mercado brasileiro, com 12 507 unidades. Em segundo lugar está o seu irmão com carroceria sedã, que totalizou 7 109 unidades comercializadas.
Para se ter ideia da importância da tecnologia híbrida flex da Toyota no processo de eletrificação do mercado brasileiro, os dois modelos da família Corolla foram responsáveis por quase 40% das vendas do segmento – que, segundo a ABVE, conta com 128 opções de modelos.
Vanguarda
A Toyota está na vanguarda do processo de eletrificação dos automóveis e é a líder mundial de vendas desse segmento. No início de 2022, ela comemorou a marca de 20 milhões de veículos eletrificados vendidos desde 1997, ano em que lançou o Prius, seu primeiro híbrido.
Desde então, a marca vem trabalhando intensamente e fazendo grandes investimentos no desenvolvimento dos diversos tipos de veículos eletrificados. Isso inclui modelos 100% a bateria (BEV); híbridos plug-in (PHEV), cujas baterias podem ser recarregadas na tomada; híbridos (HEV); e os híbridos flex (HEV FFV) das versões eletrificadas da família Corolla no Brasil.
A tecnologia híbrida flex foi a escolhida para iniciar a estratégia de eletrificação da Toyota no Brasil por uma série de fatores. Primeiro, ela não depende de investimentos em infraestrutura de recarga, fato que a torna muito mais acessível para o consumidor.
Em segundo lugar, praticamente nada muda na convivência do motorista com o veículo. Essa praticidade faz com que a adaptação do consumidor ao seu primeiro modelo eletrificado seja muito mais tranquila.
Outro ponto importante é que a tecnologia híbrida flex promove a redução das emissões de gases formadores de efeito estufa de forma imediata – uma vez que combina a alta eficiência energética do motor elétrico com a baixa emissão de CO2 do etanol. Em resumo, é a tecnologia mais prática, acessível e sustentável.
Como funciona
O sistema híbrido flex do Corolla Sedan e do Corolla Cross conta com um motor a combustão 1.8L VVT-i 16V (abertura variável inteligente de válvulas) e 101/98 cavalos de potência a 5 200 rpm (etanol/gasolina) e 14,5 kgfm de torque a 3 600 rpm (etanol/gasolina).
O propulsor trabalha em conjunto com duas unidades elétricas de 72 cv de potência e 16,6 kgfm de torque. Combinados, os três entregam 122 cavalos de potência máxima. Os motores elétricos são alimentados por uma bateria híbrida de níquel-hidreto metálico, que fica localizada embaixo do banco traseiro.
Há também um sistema de freios regenerativos, que transforma a energia cinética de frenagens e desacelerações em elétrica – ou seja, sempre que o motorista freia ou desacelera, recarrega as baterias. Outra forma de recarga é por meio do motor a combustão, que atua como gerador.
Um Corolla Sedan ou Corolla Cross híbrido flex podem rodar até o dobro de quilômetros com a mesma quantidade de combustível em comparação com as versões não eletrificadas. Além de um baixo consumo, o motorista também é premiado com uma condução extremamente silenciosa.
O meio ambiente também agradece. Quando se utiliza o etanol, a redução nas emissões de gases formadores de efeito estufa é estimada em 70%, em relação a um modelo convencional a gasolina, no chamado ciclo Do Poço à Roda.
Essa metodologia considera as emissões desde o início do processo de produção do combustível até a efetiva utilização no veículo – o que amplia a vantagem do etanol, pois o cultivo da cana-de-açúcar, da qual o combustível é extraído, absorve CO2 da atmosfera.
Ao volante, nada muda
Na hora de dirigir, é quase tudo igual a um modelo a combustão convencional. O sistema de gerenciamento eletrônico se encarrega de controlar a interação dos três motores e qualquer transição acontece de forma automática.
Em condições normais, o conjunto elétrico é responsável por colocar o veículo em movimento e impulsioná-lo em baixas velocidades. O motor a combustão entra em ação somente a partir dos 40 quilômetros por hora, evitando o esforço inicial responsável por um grande consumo de combustível.
Se o motorista precisar de força imediata – para uma rápida aceleração ao entrar em uma via rápida, por exemplo –, o motor a combustão será acionado, garantindo a máxima performance quando necessário. O motor a combustão também pode atuar como gerador, recarregando as baterias, o que pode ser feito tanto com o veículo parado como em movimento.
No entanto, se o motorista desejar, ele poderá alterar os modos de condução por meio de um seletor no painel, que traz quatro opções:
– Normal, que cobre a maior parte das situações de uso do veículo;
– ECO, que extrai o máximo de eficiência energética e reduz ainda mais o consumo;
– Power, que prioriza a performance;
– EV (Electric Vehicle), que pode ser usado quando a bateria está com carga máxima, em pequenos trechos e em baixa velocidade.
Com a tecnologia híbrida flex, o motorista abastece da mesma forma que as versões convencionais, com a mesma liberdade para escolher entre gasolina, etanol ou uma mistura de ambos, e ainda roda em um veículo menos poluente, mais econômico e extremamente silencioso.