Após a anunciar uma fábrica na Bahia, a BYD já deixou claro que tem planos ambiciosos para o Brasil. Naturalmente, isso envolve o lançamento de mais carros elétricos e, pouco depois do novo Dolphin, quem deve chegar ao mercado é o BYD Seal.
Estamos falando de um sedã elétrico mais barato que a outra opção da marca no segmento, o BYD Han, e que é visto no exterior como um rival natural do Tesla Model 3. O Seal já está sendo homologado no país — o que, em todos os outros casos em que a marca fez isso, culminou em lançamento de fato.
Lançado em 2022, o Seal tem versões com tração traseira e integral, mas só o segundo caso deve desembarcar em solo brasileiro. Estamos falando do Seal AWD GS 590EV, que, além do 4×4, impressiona pelos números de performance. Seus dois motores (um em cada eixo) totalizam 530 cv e 68,3 kgfm. É o suficiente para ir de 0 a 100 km/h em 3,8 s, conforme dados de fábrica.
Com 4,8 m de comprimento, o Seal é um sedã grande, assim como o Han. Ao contrário do veículo já lançado no Brasil, entretanto, a novidade tem interior bem mais simples. O painel altamente tecnológico, som Hi-Fi, telas na segunda fileira e bancos de couro vermelho, por exemplo, dão espaço a acabamento mais sóbrio, que se aproxima do Dolphin. Ambos, inclusive, aproveitam a nova arquitetura e-platform 3.0.
Há teto solar panorâmico e a dianteira apresenta caimento no capô com apêndices que realçam os faróis de leds. A traseira apresenta lanternas curvilíneas unidas por uma régua central iluminada, em arranjo que lembra os sedãs elétricos da Mercedes. Tal como o subcompacto recém-lançado no Brasil, há inspiração, tantos nas cores quanto no interior e carroceria, em elementos dos oceanos.
As linhas suaves do Seal contribuem para seu coeficiente aerodinâmico de 0,22. Isso somado à bateria de 82,5 kWh resultam em autonomia declarada de 650 km. Com carregamento em corrente contínua a 150 kW, é possível de levar as células de 10 a 80% em cerca de 25 minutos.
As comparações com o Model 3 têm a ver, principalmente, com o preço das versões básicas do carro, na casa de US$ 20.000. Frente ao modelo da Tesla, porém, o chinês é mais limitado quando o assunto é automação veicular, apresentando piloto automático adaptativo menos capaz que o da marca norte-americana.
Outro desafio da BYD, especificamente no Brasil, será evitar a concorrência interna. Afinal de contas, no exterior, o Seal topo de linha tem preço bem próximo ao do Han vendido aqui. Dessa forma, uma eventual cobrança superior a R$ 500.000 poderia limitar o sucesso da novidade que a nova fabricante nacional vem preparando.