A ideia de trocar a bateria vazia de um carro elétrico por outra, cheia, não é nova, e até já falamos disso aqui. Mas nenhuma empresa havia conseguido emplacar a ideia no mundo até agora. A chinesa Nio mudou isso e acaba de chegar à quarta geração das estações de troca, tendo instalado cerca 2.500 unidades, sendo 50 delas na Europa e o restante na China, com plano de expandir a rede.
Quem tem um dos elétricos dessa montadora pode se dirigir aos pequenos contêineres e colocar carga total no carro em tempo inferior ao que gastaria em um posto de gasolina se dirigisse um modelo a combustão.
As novas estações utilizam raios laser para detectar com máxima precisão o veículo, que faz contato via Wi-Fi e se ajusta milimetricamente na plataforma. Tudo é feito automaticamente, incluindo a remoção da bateria e inserção da outra, e a marca promete realizar tudo isso em 2min24.
Ao comprar um Nio, o cliente pode optar por não ser dono da bateria. Nesse caso, o preço é cerca de 30% menor e paga-se em torno de R$ 1.000 para usar o serviço de trocas à vontade. Só pode usar o serviço quem for assinante.
A fábrica ganha ao oferecer valores mais competitivos, mas também ao controlar de perto as células, inclusive firmando acordos para revendê-las ao fim da vida útil. Também há contratos com empresas de energia, de modo a recarregar as baterias de madrugada e até vender excedente de energia em horários de pico. O lucro é ainda maior quando a Nio utiliza fontes solares e eólicas na geração.
O próximo passo é criar padrões simples para que o sistema seja compatível com automóveis de outras marcas. Os trabalhos já começaram, e há acordos feitos com Lotus, GAC e Changan entre outras. Quem entrar nessa primeiro, imaginam os executivos, também poderá oferecer descontos generosos em seus produtos, dando vantagem competitiva importante na guerra dos carros elétricos.
À MODA DO FREGUÊS
Obviamente, dá para recorrer aos carregadores normais, mas a Nio estima que seus clientes usem as estações com frequência. Elas são mais baratas e já fizeram mais de 40 milhões de trocas desde 2021
ATENÇÃO PRIMÁRIA
Dentro da estação, há diversas prateleiras robotizadas, que podem até trocar módulos entre diferentes baterias. A marca aproveita para examinar regularmente as peças, detectando até 90% dos problemas ocasionais e resolvendo 40% deles remotamente.
PADRÃO UNIVERSAL
Como também é fabricante, a Nio sabe das dificuldades para criar um sistema padronizado que permita as trocas. Logo, seus engenheiros vêm trabalhando para criar métodos simples, e até a Lotus já entrou nessa.
MAPA DA MINA
As novas estações são definidas com base em um algoritmo que analisa hábitos de clientes, distribuição da rede elétrica e distância de outras estações para definir o local ideal. Até 2025, 90% dos proprietários terão uma estação a no máximo 3 km de casa.
ENERGIA DELIVERY
A bateria zerou? Pois a marca ainda oferece um socorro com vans especiais, que levam baterias no baú e fazem uma recarga emergencial no carro do cliente. É pago à parte, mas pode ser incluído em forma de seguro na assinatura das estações.
UPGRADE BEM-VINDO
O BYD Dolphin Mini, por exemplo, deve ganhar uma nova tecnologia de baterias no Brasil em breve. Nesses casos, a Nio já prevê a capacidade de trocar as células antigas pelas novas, mantendo o carro sempre com o melhor armazenamento de energia.