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Pontiac Firebird Trans Am é lenda do cinema que superou crises do petróleo

Estrela de cinema, ele superou a concorrência, duas crises mundiais do petróleo e normas de emissões cada vez mais rígidas

Por Felipe Bitu
12 mar 2023, 09h32

Rápidos, velozes e muito perigosos. Assim eram os muscle cars, automóveis norte-americanos com enormes motores V8, freios ineficientes e suspensões subdimensionadas. A pressão das seguradoras, os governantes e a crise do petróleo afetaram todos os modelos deste segmento, exceto o Pontiac Firebird.

Novamente baseada no Chevrolet Camaro, a segunda geração do Firebird foi apresentada em 1970, mantendo sua personalidade própria e uma sofisticação nitidamente inspirada em modelos europeus. Totalmente redesenhada, trazia para-choque e grade dianteiros em uma peça única em poliuretano resistente a pequenos impactos.

Firebird Trans-Am
Versões Formula e Trans Am traziam escapamento duplo e suspensão mais firme. Rodas Honeycomb foram oferecidas até 1976 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Firebird básico era impulsionado por um motor Chevrolet de seis cilindros e 4,1 litros (com 155 cv de potência) semelhante ao dos nossos Opala. A versão de luxo Esprit trazia um V8 de 5,8 litros (255 cv), enquanto a esportiva Formula 400 vinha com entradas de ar no capô e um V8 de 6,5 litros (330 cv). Recalibrado, o mesmo V8 de 6,5 litros rendia 345 cv na versão Trans Am, caracterizada por apêndices aerodinâmicos funcionais como defletor dianteiro, saias e aerofólio traseiros.

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Opcional no Trans Am era o Shaker Hood, uma tomada de ar sobre o motor que se movia junto com ele. Bem acertada, a suspensão dava ao Firebird uma estabilidade incomum para um automóvel norte-americano. Para compensar as taxas de compressão mais baixas adotadas em 1971, o Firebird recebeu um novo V8 de 7,5 litros, com potência variando de 325 a 335 cv.

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Firebird Trans Am
Transmissão automática Turbo Hydramatic 400 era uma das mais robustas do mercado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Embora menos potente que o V8 de 6,5 litros do ano anterior, o novo V8 de 7,5 litros possuía maior torque em baixas rotações e não decepcionava: acelerava de 0 a 96 km/h em 5,9 s e percorria o quarto de milha em 13,9 segundos. O modelo 1971 também foi o primeiro a oferecer as clássicas rodas Honeycomb.

Em 1972, os dados de potência passavam a ser declarados em valores líquidos: o seis-cilindros com 110 cv, o V8 5,8 litros com 160 cv, o V8 6,5 litros com 175 cv e o V8 7,5 litros com 300 cv. No ano seguinte surge o V8 Super Duty, com 7,5 litros e 310 cv: o Trans Am passa a ostentar um enorme pássaro de fogo no capô (no detalhe acima), dividindo a opinião dos entusiastas.

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Firebird Trans-Am
Interior Custom de vinil perfurado era opcional (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Graças ao V8 Super Duty, o Firebird era o único automóvel norte-americano de produção em larga escala capaz de sair de uma concessionária diretamente para uma competição, situação que reforçou a imagem da Pontiac em um mercado cada vez mais limitado por legislações ambientais e pela disparada na cotação internacional do petróleo.

A crise energética de 1973 afetou o Firebird, motivando a Pontiac a encerrar a oferta do V8 Super Duty em 1974. O fim da produção de concorrentes de peso como AMC Javelin, Plymouth Barracuda e Dodge Challenger facilitou a vida do Firebird, que em 1975 recebeu um vidro traseiro do tipo envolvente e motores ainda mais fracos: seis cilindros de 4,1 litros e 100 cv, V8 de 5,8 litros e 155 cv, V8 de 6,5 litros e 185 cv e o V8 de 7,5 litros e apenas 200 cv.

Firebird Trans Am
O “pássaro de fogo” no capô foi adotado pela versão Trans Am em 1973 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O modelo 1976 foi o último a oferecer o motor de 7,5 litros e apresentou para-choques redesenhados e um teto targa com painéis removíveis denominado “T-Top”. Em 1977, o Firebird básico trocou o Chevrolet de seis cilindros em linha por um V6 de 3,8 litros e 105 cv fornecido pela Buick: sua frente com quatro faróis retangulares ficou conhecida no mundo todo ao lado do ator Burt Reynolds no filme Agarra-me se Puderes.

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Além do V6, havia os V8 de 4,9 litros (135 cv), 5,8 litros (155 cv), 6,5 litros (200 cv) e um 6,6 litros (185 cv), este último fornecido pela Oldsmobile e destinado à Califórnia e sua rígida legislação de emissões. O modelo 1979 foi marcado por uma nova reestilização, com grade bipartida abaixo da linha do para-choque e quatro faróis retraídos no capô.

Firebird Trans Am
Shaker Hood captava ar na base do para-brisa, aproveitando a alta pressão aerodinâmica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Normas de emissões e a crise energética de 1979 fizeram a Pontiac aposentar o V8 de 6,5 litros em favor do V8 de 4,9 litros sobrealimentado com turbocompressor (210 cv). O Turbo Trans Am foi carro-madrinha da 500 Milhas de Indianápolis, mas a segunda geração já sentia o peso da idade e deixou de ser produzida em 1981.

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A carreira do Firebird foi marcada por mais duas gerações, apresentadas em 1982 e 1993. A quarta e última geração despediu-se do mercado em 2002 com uma versão comemorativa de 35 anos do modelo, que conseguiu se manter relevante mesmo frente ao avanço dos esportivos japoneses. Deficitária, a Pontiac deixou de existir como marca no fim de 2010.

Ficha Técnica – Pontiac Firebird Trans Am 1974 455 SD

Motor: longitudinal, 8 cilindros em V, 7474 cm3, alimentado por carburador de corpo quádruplo
Potência: 290 cv a 4.000 rpm
Torque: 54,6 kgfm a 3200 rpm
Câmbio: automático de 3 marchas, tração traseira
Carroceria: fechada, 2 portas, 4 lugares
Dimensões: comprimento, 497 cm; largura, 186 cm; altura, 128 cm; entre-eixos, 274 cm
Peso: 1.716 kg
Pneus: F60-15

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