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Fiat Tempra, o sedã revolucionário que levou a Fiat para novas garagens

Com luxo, porte e desempenho, o Tempra Ouro 16V levou a Fiat para garagens onde compactos não entravam

Por Fabiano Pereira
14 Maio 2023, 12h00
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  • Fiat Tempra Ouro 16V

    Já debutante no Brasil, no último trimestre de 1991, a Fiat marcou seus 15 anos de atividades por aqui em alto estilo. Até então, sua linha de automóveis era constituída exclusivamente por modelos compactos originados a partir de uma plataforma comum. Assim foi com o 147, que gerou a 147 Pick-up, a Fiorino, a Panorama e o Oggi. O mesmo ocorreu com o Uno, origem de Prêmio, Elba, City e a nova Fiorino. Coube ao Fiat Tempra elevar as pretensões da marca por aqui.

    Lançado na Itália em 1990, ele era um sedã médio baseado no Tipo e veio enfrentar os já cansados Chevrolet Monza, Volkswagen Santana e Ford Versailles. No desenho, o Fiat se destacava pela inclinação suave do para-brisa e das colunas traseiras e, principalmente, pelo elevado porta-malas.

    Fiat Tempra Ouro 16V

    A modernidade do projeto aparecia nos vidros rentes à carroceria e no ângulo de abertura das portas. Apesar dos apenas 4,35 metros de comprimento, o espaço interno era destaque e o porta-malas de 413 litros só perdia para o do Prêmio.

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    Vidros e travas elétricas, ar-condicionado, direção hidráulica progressiva, toca-fitas, rodas de liga leve e até acabamento de madeira faziam parte do cardápio de equipamentos da linha Tempra, dividida nas versões básica e Ouro.

    Fiat Tempra Ouro 16V

     

    Em seu teste de estréia na edição de dezembro de 1991 de QUATRO RODAS, o motor 2.0 de 99 cv do Tempra, com duplo comando de válvulas e carburação dupla, decepcionou no desempenho. O carro atingiu 166,6 km/h de velocidade máxima e acelerou de 0 a 100 km/h em 13,78 segundos. Mas essa era a versão 8V de um motor que renderia ainda mais.

     

     

    Uma relação final de transmissão mais curta amenizou certa letargia do motor quando, em setembro de 1992, surgiu a versão duas portas. Com colunas traseiras um pouco mais largas, ela nunca chegou a repetir o sucesso do sedã. Finalmente, em abril de 1993, saiu a versão 16V do Tempra, testada por QUATRO RODAS na edição daquele mês.

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    Fiat Tempra Ouro 16V

    Primeiro motor nacional com quatro válvulas por cilindro, ele já possuía injeção eletrônica multipoint e, com seus 127 cv, chegou a 191,5 km/h. O tempo de 0 a 100 caiu para 10,54 segundos. Componentes do câmbio foram reforçados, assim como a suspensão. Discos de freio vinham nas quatro rodas, auxiliados por ABS opcional.

    Fiat Tempra Ouro 16V

    Bancos de couro, CD player e check-control também podiam ser escolhidos pelo dono. “A versão 16V aliou certa dose de luxo, esportividade e modernidade na época, a um preço razoavelmente acessível”, afirma o engenheiro catarinense Mário Trichês Júnior, dono do Tempra Ouro 16V 1995 das fotos. “Embora tenha um motor multiválvulas, o torque em baixa rotação é abundante e a potência parece maior do que a declarada, de 127 cv”, diz.

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    As 16 válvulas ajudaram, mas a Fiat queria mais. Em maio de 1994, QUATRO RODAS apresentava o Tempra Turbo. Na versão duas-portas, ele trazia faróis extras de longo alcance, rodas iguais às do Uno Turbo e aerofólio, além de painel remodelado.

    Fiat Tempra Ouro 16V

    O motor oito válvulas com injeção eletrônica e turbina Garrett T3 rendia 165 cv e superou todos os carros nacionais da época. Alcançou 212,8 km/h e foi de 0 a 100 km/h em 8,23 segundos. A suspensão foi reforçada e os freios, redimensionados. A distribuição de peso mereceu crítica. Por deixar 61% para o eixo dianteiro, propiciava saídas de frente e fazia a traseira “flutuar” em altas velocidades.

     

    Fiat Tempra Ouro 16V

    Em abril de 1994, o Tempra 8V 1995 abandonava o carburador pela injeção eletrônica e produzia 105 cv. Suspensão, freios dianteiros e painel eram os mesmos do Turbo e a grade ganhava um desenho mais simples. Ainda em 1994, a Fiat passou a importar a perua Tempra, com sua traseira de cortes retos e painel exclusivo.

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    Fiat Tempra Ouro 16V

    Para 1995, o motor do Turbo passou a equipar o Tempra de quatro portas na versão Stile. Em 1996, quando já se falava na aposentadoria do modelo, os faróis ficaram mais estreitos. Outros retoques vieram em 1998 – grade, para-choques, maçanetas e colunas pintadas de preto – para tentar mantê-lo interessante, mesmo com a chegada anunciada do Marea, nova geração de Fiat médio.

     

    Fiat Tempra Ouro 16V

    O ano de 1999 foi o último do modelo. Reflexo dos novos tempos da Fiat, um projeto moderno, sofisticado e inovador como o Tempra não chegou a completar uma década. Mesmo com seus atrativos, o Marea, lançado em 1998, nunca alcançou o carisma e o status do Tempra em seus melhores dias. A Fiat certamente não reclamaria de ver um pouco dessa história de renovação e superação se repetir com o futuro Linea.

    Teste QUATRO RODAS – abril de 1993
    Aceleração de 0 a 100 km/h 10,54 s
    Velocidade máxima 191,5 km/h
    Frenagem de 80 km/h a 0 28,7 m
    Consumo urbano 8,5 km/l
    Consumo rodoviário 11,61 km/l
    Preço (março de 1993) Cr$ 412.097
    Preço (atualizado IGP-M/FGV) R$ 171.584
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    Ficha Técnica – Tempra Ouro 16V
    Motor transversal, 4 cilindros, refrigerado a água, 1 995 cm3, 16 válvulas, duplo comando, injeção multipoint, gasolina; Diâmetro x curso: 84 x 90 mm; Taxa de compressão: 9,5:1; Potência: 127 cv a 5 750 rpm; Torque: 18,4 mkgf a 4 750 rpm
    Câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira
    Carroceria sedã, 4 portas
    Dimensões comprimento, 435 cm; largura, 170 cm; altura, 146 cm; entreeixos, 254 cm
    Peso 1.260 kg
    Suspensão Dianteira: McPherson, com braços inferiores transversais e amortecedores pressurizados. Traseira: McPherson, com braços inferiores transversais, tensores longitudinais e amortecedores pressurizados
    Freios discos ventilados (diant.) e disco rígido (tras.), servofreio e ABS
    Direção pinhão e cremalheira

     

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