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Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 nasceu para vencer nas pistas e ganhou as ruas

Desenvolvido para as corridas em parceria com a Cosworth, o discreto sedã evoluiu para se tornar uma lenda dos autódromos e estradas do mundo

Por Felipe Bitu
Atualizado em 22 jul 2023, 12h18 - Publicado em 21 jul 2023, 18h40
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  • Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Senna venceu Nürburgring com um 190 E 2.3-16 como este (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Para os fãs de carros alemães, poucos Salões de Frankfurt foram tão marcantes quanto o de 1983. Criado no ano anterior pela FIA, o Grupo B de rali era responsável pela aparição do conceito Porsche Gruppe B, do lendário Audi Sport Quattro e do belo Mercedes-Benz 190 E 2.3-16.

    Baseado no elegante sedã W201, o 2.3-16 não competiu nos ralis. A marca percebeu que não seria fácil superar a Audi com seus motores turbo e a revolucionária tração integral Quattro. A melhor estratégia era combater a BMW, que no mesmo evento apresentou o cupê M635 CSI.

    190e
    Regras exigiam que o carro de corrida tivesse uma versão de rua (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O jeito foi readequar o projeto desenvolvido com a Cosworth, que fornecia motores para a F-1. A empresa inglesa criara um cabeçote com duplo comando e quatro válvulas por cilindro para o motor M102 de 2,3 litros.

    Primeiro Mercedes a recebê-lo, o 2.3-16 rendia 185 cv e 24 mkgf. Com injeção eletrônica Bosch K-Jetronic, o sedã ia de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e atingia 230 km/h.

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    Poucas semanas antes de Frankfurt, três unidades foram enviadas para o circuito italiano de Nardo, onde percorreram 50.000 km a uma média de 247,94 km/h, quebrando, assim, 12 recordes mundiais de longa duração.

    Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Console trazia termômetro de óleo, voltímetro e cronômetro digital (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ele brilharia de novo em 1984, na abertura do novo circuito de Nürburgring: 20 unidades foram entregues a campeões de F-1 de várias gerações, como Jack Brabham, Phil Hill e Niki Lauda, mas quem venceu foi o jovem promissor Ayrton Senna.

    Por fora, o 2.3-16 se diferenciava dos 190 E comuns pelas rodas aro 15 com pneus 205/55 e apêndices funcionais, como defletor dianteiro e saias laterais.

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    A discreta asa exercia pressão aerodinâmica sobre o eixo traseiro, que tinha suspensão multilink e nivelamento automático de altura.

    Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Asa traseira era exclusiva do modelo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Molas, amortecedores e barras estabilizadoras foram recalibradas, o volante menor acionava uma caixa de relação mais rápida e o câmbio de cinco marchas tinha o engate da primeira no canal esquerdo, para trás, evitando o engate da ré em alta velocidade.

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    Não havia controle de tração ou estabilidade: a eletrônica era limitada ao diferencial autoblocante e ao ABS nos quatro discos.

    O tanque foi de 55 para 70 litros, favorecendo a distribuição de peso (53% à frente/47% atrás). O interior era um charme à parte, com bancos de tecido xadrez, o traseiro com abas laterais só para dois ocupantes.

    Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Bancos traseiro levava apenas duas pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Seu maior rival dentro e fora das pistas foi o BMW M3 E30. Ambos correram o Campeonato Alemão de Turismo (DTM), onde o 2.3-16 estreou em 1985 por equipes independentes.

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    O time de fábrica estreou só em 1988, em parceria com a AMG, na época independente. Respeitando o regulamento, a cilindrada subiu a 2,5 litros, dando origem ao 2.5-16.

    O aumento no curso do virabrequim resultou em 204 cv e 24,5 mkgf. A potência caía para 195 cv com catalisador, mas o desempenho era ligeiramente superior ao modelo de 1983.

    Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Não faltava o luxo típico de um Mercedes no 190 E 2.3-16 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Em 1989, surgiu uma nova versão de homologação, denominada 2.5-16 Evolution, com a mesma cilindrada, porém com pistões maiores e menor curso do virabrequim.

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    Ao todo, 502 unidades foram produzidas para as ruas, caracterizadas por apêndices aerodinâmicos maiores, molduras nos para-lamas e rodas aro 16.

    Um ano depois viria o Evolution II, com 235 cv e 25 mkgf. Desta vez, outras 502 unidades ganharam visual muito mais agressivo. Os para-lamas eram alargados para acomodar rodas aro 17 polegadas com pneus 245/40 e a asa traseira estava quase na mesma altura do teto. A máxima era de 250 km/h, com 0 a 100 em 7,1 segundos.

    Clássicos: Mercedes-Benz 190 E
    Motor de 185 cv a 6.200 rpm era exclusivo do Mercedes 190 E 2.3-16 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A conquista viria em 1992: levou a vitória em 16 de 24 provas. O 2.5-16 ainda competiu em 1993, mas após dez anos e 50 vitórias na DTM ele por fim deixou a linha de montagem e as pistas para definitivamente entrar na história da marca.

    Ficha técnica – Mercedes Benz-Benz 190 E 2.3-16 1986

    Motor: 4 cilindros em linha de 2,3 litros
    Potência: 185 cv a 6.200 rpm; 24 mkgf a 4.500 rpm
    Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
    Dimensões: comprimento, 443 cm; largura, 170 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 1.260 kg
    Desempenho (oficial): 0 a 100 km/h em 7,5 segundos; velocidade máxima, 230 km/h

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